Existem inúmeros riscos à saúde e à segurança a curto e longo prazo ao trabalhar com produtos químicos. O que inclui irritação respiratória, cutânea e ocular, danos a órgãos, câncer, entre outros. Para evitar este último, os trabalhadores devem usar o EPI para agentes carcinogênicos.
Vale lembrar que a maioria dos colaboradores é exposta a produtos químicos ao inalar agentes químicos no ar, como vapores, pós, fumos ou gases. Já a absorção pela pele pode ser uma fonte significativa de exposição. E a ingestão também é uma possível fonte de exposição, porém está mais voltada para uma ingestão acidental.
Os perigos químicos incluem irritantes para a pele, cancerígenos, sensibilizantes respiratórios e à pele, dentre outros.
Leitura recomendada: Como conhecer os riscos químicos: perigos físicos e à saúde humana
Índice
ToggleQual a diferença entre efeitos agudos e efeitos crônicos?
Geralmente, os termos “agudo” e “crônico” são usados para delinear os efeitos com base na gravidade ou duração.
Os efeitos “agudos”, normalmente, ocorrem rapidamente como resultado de exposições de curto prazo e são de curta duração. Essas exposições, muitas vezes, são relacionadas a altas concentrações do agente químico em questão, porém por um curto período de tempo. Em muitos casos, no entanto, os efeitos podem ser revertidos após o término da exposição.
Já os efeitos “crônicos” ocorrem como resultado da exposição de longo prazo e são de longa duração. Essas exposições ocorrem, por um período de tempo mais longo, a produtos químicos no local de trabalho, envolvendo baixos níveis de exposição por um longo período de tempo.
Muitas vezes, os efeitos podem ser irreversíveis e pode ser difícil encontrar a relação entre a exposição química e a doença devido ao atraso entre a exposição e o início da doença.
Por esse motivo, as ações de proteção dos trabalhadores abrangem o conhecimento profundo da toxicidade dos produtos manuseados e respectivos perigos, o reconhecimento dos riscos e as medidas de prevenção. Dentre elas, está a adoção do correta do equipamento de proteção individual.
Um desses efeitos de longo prazo é o câncer e, neste texto, iremos abordar a proteção para manuseio de agentes carcinogênicos.
Agentes carcinogênicos – perigo e classificação
O agente carcinogênico é uma substância ou mistura de substâncias que induzem câncer ou aumentam sua incidência.
Substâncias e misturas que induziram tumores benignos e malignos em estudos experimentais realizados em animais são consideradas ser carcinógenos humanos presumidos ou suspeitos, a menos que haja fortes evidências de que o mecanismo de formação do tumor não é relevante para humanos.
Os carcinógenos danificam direta ou indiretamente o DNA das células, aumentando a probabilidade de câncer. O dano celular pré-canceroso, geralmente, não apresenta sintomas e, no caso de progredir para câncer, normalmente ocorre após um longo período de indução (anos a décadas).
Nem todos os danos podem ser reparados pelo corpo e o nível de danos irreversíveis residuais aumentará com cada exposição. Assim, os carcinógenos são principalmente um perigo crônico para a saúde.
Leitura recomendada: Proteção respiratória contra produtos químicos: o que você precisa saber
Como prevenir a exposição a agentes carcinogênicos
Para a adoção correta do equipamento de proteção individual, é necessária uma avaliação de risco do processo e a compreensão da ficha de informações de segurança (FISPQ) do produto químico. Assim, é possível indicar quais medidas são necessárias para limitar a exposição dos trabalhadores.
Ao controlar a exposição a riscos ocupacionais, é desejável que uma hierarquia de controles seja seguida. Isso envolve desde:
- Controles para a eliminação e a substituição do produto (mais desejável);
- Controles de engenharia, como ventilação;
- Ações administrativas, como por exemplo, diminuição de trabalhadores expostos;
- Como última ação, a adoção de EPI para agentes carcinogênicos (menos desejável).
Idealmente, o equipamento de proteção individual deve ser considerado apenas para complementar outras medidas de controle.
Quando usado, o EPI deve ser escolhido por sua adequação à tarefa (por exemplo, conforto, permitir a destreza de movimento etc.), bem como pelas propriedades químicas e físicas da substância a ser usada, sua volatilidade, estabilidade, inflamabilidade, solubilidade e miscibilidade.
Mas qual EPI para agentes carcinogênicos usar?
Ao trabalhar com produtos químicos perigosos, a proteção mínima deve ser considerada uma vestimenta adequada, óculos de segurança e calçado fechado. Em certos casos, podem ser necessários equipamentos de proteção adicionais, como protetores faciais, luvas e proteção respiratória (onde a ventilação é ineficaz).
Luvas resistentes
Como EPI para agentes carcinogênicos, luvas resistentes a produtos químicos devem ser usadas no manuseio. Um guia de resistência química para materiais de luvas deve ser usado para determinar o melhor tipo de luva para o carcinogênico que está sendo manuseado.
Esse guia deve possuir um gráfico que lista os materiais das luvas e as classificações de permeação e degradação para uso com produtos químicos específicos.
Este gráfico, em conjunto com a ficha de dados de segurança do material, deve ser consultado antes de iniciar o trabalho com produtos químicos cancerígenos. As luvas devem ser inspecionadas antes de cada uso, limpas e substituídas periodicamente.
Vestimentas
No caso das vestimentas, temos a ISO 16602:2007 – Vestimentas de Proteção Química, que pode servir de guia para o entendimento dos diferentes tipos de vestimentas e respectiva proteção.
O equipamento de proteção deve ser armazenado adjacente à área de trabalho e não deve ser levado para outras áreas.
As roupas de proteção utilizadas devem ser limpas em uma lavanderia industrial e não devem ser levadas para casa pelo trabalhador. Em situações em que ocorreu contaminação significativa, o equipamento deve ser descartado ou descontaminado antes da limpeza.
Leitura recomendada: Entenda os tipos de limites de exposição ocupacional
Proteção respiratória
Em relação à proteção respiratória, é muito importante analisar qual é o agente carcinogênico presente no local de trabalho, como por exemplo, asbestos, formaldeído ou quartzo (sílica).
No caso do quartzo, o EPI para agentes carcinogênicos deve ser um respirador para exposição a particulados. No caso do formaldeído, um respirador para exposição a vapores.
Para definir o tipo de respirador, é preciso avaliar o Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR) de acordo com a exposição existente. Nesse momento, entra o Programa de Proteção Respiratória (PPR) da Fundacentro que estabelece todos os passos para a adoção correta da proteção respiratória.
O Fator de Proteção Mínimo Requerido é obtido através do quociente entre a concentração do contaminante no ambiente de trabalho e o seu limite de tolerância.
O valor do FPMR é então comparado com o Fator de Proteção Atribuído (FPA) para cada tipo de respirador. Esse fator estabelece a cobertura facial fornecida ao trabalhador, desde que utilizada corretamente.
Para selecionar a cobertura facial adequada, deve-se selecionar um equipamento de proteção respiratória com FPA maior que o FPMR. Por exemplo: se o FPMR for igual a 8, deverá ser escolhido um respirador com FPA maior do que 8, adequado ao risco a que o trabalhador está exposto.
Vale lembrar que o tipo de respirador varia de acordo com o agente, seja um particulado, um vapor ou uma fibra, porque teremos um filtro diferente para cada tipo de agente.
Como verificado, a adoção do EPI para agentes carcinogênicos é uma tarefa complexa e depende de um nível de informações detalhado, seja dos agentes químicos envolvidos, do local de trabalho e da tarefa realizada. Assim, requer um nível de conhecimento significativo para entendimento e análise de todas essas informações e sua aplicação diante das exigências legais.
Como a Chemical Risk pode te ajudar
Consultoria especializada em segurança química, a Chemical Risk está pronta para auxiliar as empresas de todos os portes e segmentos a fim de garantir a saúde dos trabalhadores e evitar acidentes de trabalho.
Para isso, fazemos a avaliação completa dos produtos químicos usados na sua organização, identificando os riscos a que estão expostos os colaboradores e sugerindo medidas de controle e prevenção para o manuseio, armazenamento, transporte e descarte dos agentes.
Além do que, elaboramos todos os documentos de segurança química, como FISPQ e outros.
Também realizamos treinamentos para empresa a fim de conscientizar os funcionários sobre os perigos de suas atividades, a importância de usar os EPIs adequados e entender o que diz a FISPQ dos produtos.
Contamos com profissionais altamente qualificados para entregar os melhores serviços e realizar um atendimento de excelência. Ficou interessado? Entre em contato conosco e peça um orçamento.