Os contaminantes químicos presentes nos ambientes de trabalho incluem gases, vapores e partículas sólidas e líquidas em suspensão. Para a proteção dos trabalhadores, é necessário o reconhecimento dos riscos para que as devidas ações de prevenção sejam adotadas. A partir do reconhecimento, será possível definir toda a avaliação dos riscos químicos de forma quantitativa.
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ToggleReconhecimento e avaliação dos riscos químicos – como começar?
O reconhecimento de riscos químicos envolve um detalhado estudo sobre as atividades e processos sobre a utilização desses produtos químicos.
Seguem alguns passos para se obter um adequado reconhecimento de riscos:
- Conhecimento de todos os produtos químicos presentes no ambiente de trabalho, considerando as substâncias e os componentes de todas as misturas que são utilizadas. Para isso, um inventário de produtos químicos será de grande auxílio.
- Compreender os perigos de todos os produtos químicos presentes e isso pode ser obtido por meio das Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs).
- Conhecer as propriedades físico químicas dos produtos, porque isso irá auxiliar no potencial do agente químico que está disperso no ar.
- Entender os Limites de Exposição Ocupacional existentes para o produto, pois essa informação irá direcionar toda a estratégia de amostragem. Na questão dos Limites, temos os definidos pela Norma Regulamentadora 15 para as questões de insalubridade e temos os limites da ACGIH, que podem ser utilizados, conforme estabelecido na Norma Regulamentadora 9 (PPRA).
- Ir ao local de trabalho e conhecer todo o processo que envolve determinado agente químico, matérias-primas, subprodutos e produto final. Acompanhar toda a atividade com o objetivo de verificar a interação do processo com o colaborador e a potencial exposição. Fazer perguntas ao colaborador, ao chefe da área etc. É muito importante que se conheça todo o processo detalhado, envolvimento de temperatura, pressão etc.
Avaliação quantitativa e estratégia de amostragem
O reconhecimento dos riscos químicos, na verdade, é a etapa fundamental para que os resultados obtidos nas avaliações quantitativas retratem a real exposição dos colaboradores e, dessa forma, as ações tomadas sejam eficazes.
Feito o reconhecimento, é hora de se estabelecer uma estratégia de amostragem. Esta etapa determina o número de amostras e colaboradores a serem avaliados, dias e períodos a serem medidos, equipamentos a serem utilizados na coleta de amostras, análises químicas e estatísticas a serem efetuadas.
Nesse momento, você deve ser capaz de responder às seguintes questões:
- Onde avaliar?
- Quantas amostras coletar?
- Quantos funcionários avaliar?
- Por quanto tempo coletar uma amostra?
- Quando avaliar novamente?
Com essas informações, será possível definir:
- Metodologia de amostragem.
- Os equipamentos utilizados.
- Os amostradores necessários e quantidades.
- Pessoal técnico necessário para acompanhar a coleta de amostras.
- Definição dos Grupos Similares de Exposição (GSE).
- Número de colaboradores a serem amostrados em cada GSE.
- Amostras pessoais ou de pontos fixos.
- Número de amostras coletadas em cada funcionário e tempo de coleta.
- Dias e horários com coleta de amostras.
- Conservação e remessa de amostras.
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Coleta de amostras e avaliação dos riscos químicos
Com todas as definições acima, será possível realizar a coleta das amostras. Este nada mais é do que o procedimento prático de coletar uma porção do agente químico presente no ambiente de trabalho e na zona respiratória do colaborador, com equipamento de coleta específico.
Essa análise das amostras vai mostrar a concentração do agente químico coletado no ar, que representará a exposição do colaborador. Tal valor deverá então ser comparado com um padrão adequado, geralmente o Limite de Exposição Ocupacional.
Com esse avaliação dos riscos químicos, será possível definir as ações de controle para proteção dos colaboradores.
Vale lembrar que existe uma hierarquia a ser adotada, na questão dos controles do risco e que devem ser seguidas, na medida do possível, conforme ilustração abaixo:
Avaliação dos riscos químicos: quantitativa x qualitativa
Além da avaliação quantitativa citada anteriormente, existe também o método qualitativo.
A avaliação qualitativa é utilizada quando o agente químico não possui limite de exposição ocupacional definido ou em situações em que, naquele momento, não é possível realizar a avaliação quantitativa, mas se deseja tomar ações de prevenção.
Trata-se de uma abordagem que permite tomadas de decisão quanto à exposição e ao controle. Esses métodos foram desenvolvidos com o fim de facilitar a recomendação de ações preventivas, sem esperar por avaliações quantitativas em um primeiro momento.
Deve ser enfatizado, porém, que a utilização desse tipo de abordagem não significa que as avaliações quantitativas não sejam importantes. As avaliações quantitativas são necessárias e indispensáveis para se conhecer a real exposição ocupacional dos colaboradores e também para o atendimento às questões legais.
Além disto, a eficiência das medidas de controle recomendadas é sempre testada por meio de avaliações quantitativas realizadas antes e depois da adoção de tais medidas.
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Como funciona a avaliação qualitativa
Este método, desenvolvido e validado com base em minuciosos estudos de higiene ocupacional, permite estimar a exposição esperada em situações específicas (sem avaliações quantitativas através). Dessa forma, propõe técnicas de controle adequadas para cada caso.
O conceito em que o método qualitativo de avaliação dos riscos químicos se baseia é conhecido como Control Banding, pois a ideia é categorizar o risco e o controle em faixas (do inglês, bands).
Essa metodologia está dividida em cinco etapas:
1 – Determinação da toxicidade do produto (Classificação GHS).
2 – Determinação da quantidade utilizada.
3 – Determinação da propagação no ambiente.
4 – Determinação da medida de controle adequada.
5 – Determinação das fichas de controle específicas.
Com as informações obtidas para os agentes químicos, é possível estabelecer parâmetros de classificação para a definição de medidas de controle.
Para cada uma das medidas de controle indicadas, existem uma série de ações a serem implementadas, que devem ser descritas nas fichas de controle, de acordo com os seguintes aspectos:
- Acesso
- Projeto e equipamento
- Testes e manutenção
- Higiene e manutenção da limpeza no local de trabalho
- Equipamento de proteção individual
- Treinamento e supervisão
- Programa de acompanhamento médico
Fica claro, então, que a avaliação qualitativa não substitui a avaliação quantitativa de nenhuma forma. A avaliação qualitativa é para uma circunstância específica, em que se deseja adotar ações de controle, antes da realização da avaliação quantitativa, nos casos onde existem limites de exposição ocupacional estabelecidos para os agentes químicos alvo do estudo.
Vale ressaltar que a implementação das medidas adotadas não substitui o atendimento às exigências requeridas pela legislação nacional.
Como fazer a avaliação dos riscos químicos na sua empresa
Para garantir a realização dos métodos quantitativo e/ou qualitativo na avaliação dos riscos químicos no ambiente de trabalho da sua organização, conte com o apoio de uma empresa especializada no assunto.
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