A falta de um controle rigoroso sobre fornecedores e prestadores de serviços pode levar a problemas como descumprimento de leis trabalhistas, violações na área de saúde e segurança do trabalho, impactos ambientais e até riscos financeiros e reputacionais. Diante desse cenário, é essencial que as empresas adotem uma abordagem estruturada para a gestão de riscos de terceirizados.
Isso inclui a implementação de processos rigorosos de seleção e monitoramento de fornecedores, auditorias periódicas, cumprimento de legislações trabalhistas e fiscais, além da adoção de práticas de governança que garantam alinhamento com os valores e políticas internas da empresa.
Além do mais, em um ambiente de negócios cada vez mais regulado e fiscalizado, a conformidade não deve ser encarada apenas como uma obrigação legal, mas como um diferencial estratégico que pode fortalecer a competitividade e a credibilidade da organização.
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Quais são os desafios na gestão de riscos de terceirizados?
Gerenciar riscos ocupacionais para trabalhadores terceirizados apresenta vários desafios, muitas vezes decorrentes de diferenças em treinamento, supervisão e responsabilização.
Aqui estão alguns dos principais desafios que as organizações enfrentam:
1. Falta de controle sobre treinamento e competência
Trabalhadores terceirizados são frequentemente empregados por contratantes terceirizados, o que significa que o empregador principal tem controle limitado sobre a qualidade do treinamento. Alguns contratados podem não fornecer treinamento de segurança abrangente, levando a lacunas de conhecimento no tratamento de riscos ocupacionais.
2. Variabilidade nos padrões de segurança
Diferentes contratados podem ter protocolos de segurança variados que nem sempre se alinham com a cultura e as políticas de segurança da organização anfitriã. Essa inconsistência pode criar confusão e aumentar a probabilidade de violações de segurança.
3. Supervisão inadequada
Supervisionar trabalhadores terceirizados é mais difícil, porque eles não são gerenciados diretamente pela empresa contratante. Isso pode levar a problemas na aplicação de regras de segurança, monitoramento de conformidade e tratamento de comportamento inseguro prontamente.
4. Barreiras de comunicação
Diferenças de idioma: se os trabalhadores terceirizados falarem um idioma diferente, instruções críticas de segurança e procedimentos de emergência podem ser mal compreendidos. Pode ocorrer também falta de integração, pois os contratados podem não ser incluídos em briefings diários de segurança, deixando-os sem o conhecimento de riscos potenciais ou mudanças nas condições do local de trabalho.
5. Ambiguidade em funções e responsabilidades
Na gestão de riscos de terceirizados, frequentemente, há confusão sobre quem é responsável por garantir a segurança dos trabalhadores terceirizados — a empresa terceirizada ou a empresa contratante. Isso pode levar a lacunas na identificação de perigos, avaliação de risco e aplicação de segurança.
6. Aumento do comportamento de assumir riscos
Os trabalhadores terceirizados podem estar sob pressão para concluir tarefas rapidamente ou podem não se sentir capacitados para recusar trabalho inseguro. Isso pode resultar em comportamentos de assumir riscos na realização das atividades, o que aumenta a probabilidade de acidentes ou exposição a substâncias perigosas.
7. Não conformidade com regulamentos
Os contratados podem não estar totalmente cientes das exigências legais de segurança locais ou regulamentos nacionais de segurança ocupacional, levando a uma potencial não conformidade. Se ocorrer uma irregularidade no atendimento às leis, a empresa anfitriã ainda pode ser responsabilizada legalmente.
8. Acesso limitado a equipamentos de proteção
Os trabalhadores terceirizados podem não receber o equipamento de proteção individual (EPI) adequado de seu empregador ou podem não saber como usá-lo corretamente. Isso pode expô-los a riscos químicos, ferimentos físicos e riscos à saúde a longo prazo.
9. Dificuldade em relatar e investigar incidentes
Os contratados podem hesitar em relatar quase acidentes ou acidentes devido ao medo de perda de emprego ou falta de familiaridade com os procedimentos de relato. Investigar incidentes envolvendo trabalhadores terceirizados pode ser complicado devido às diferentes estruturas de relato entre as empresas contratantes e anfitriãs.
10. Preocupações com privacidade e segurança
Quando confiamos uma parte de nossas operações a empresas de terceirização, inevitavelmente compartilhamos dados confidenciais, gerando preocupações com privacidade e segurança – um dos riscos mais comuns na gestão de riscos de terceirizados.
11. Falta de comprometimento com a cultura de segurança
Como os trabalhadores terceirizados podem não se sentir parte da organização, eles podem estar menos envolvidos em iniciativas de segurança e menos propensos a participar de reuniões de segurança, relatórios de risco ou treinamento de segurança.
Principais estratégias para a gestão de riscos de terceirizados
Mitigar riscos e garantir a segurança de trabalhadores terceirizados requer uma estratégia abrangente que os integre ao sistema geral de gerenciamento de segurança da organização. Aqui estão as principais estratégias para atingir isso:
1. Estabeleça expectativas claras de segurança em contratos
Inclua cláusulas específicas em contratos exigindo que empregadores terceirizados cumpram os regulamentos de segurança e as políticas da empresa. Exija que os trabalhadores terceirizados recebam treinamento de segurança adequado antes de começar a trabalhar. Defina a responsabilidade pela conformidade de segurança, garantindo que tanto o contratado quanto a empresa anfitriã sejam responsáveis.
2. Conduza pré-qualificação e verificação completas
Avalie o histórico de segurança do contratado antes de contratar. Exija comprovação de certificações de segurança, conformidade com regulamentos, certificações e registros de incidentes anteriores. Garanta que os trabalhadores terceirizados tenham as habilidades e a experiência necessárias para a execução de tarefas perigosas.
3. Forneça treinamento de segurança padronizado
Exija que os trabalhadores terceirizados concluam o mesmo treinamento de segurança que os funcionários da empresa. Aborde tópicos como comunicação de riscos, segurança química, uso de EPI, procedimentos de emergência e riscos específicos da empresa. Garanta que os materiais de treinamento estejam disponíveis em vários idiomas, se necessário.
4. Implemente um processo de integração abrangente
Conduza a orientação de segurança específica do local antes de permitir que trabalhadores terceirizados entrem no local. Designe um mentor ou supervisor para orientar e supervisionar os trabalhadores terceirizados. Garanta que eles entendam os procedimentos de emergência, rotas de evacuação e protocolos de primeiros socorros.
5. Imponha o uso de equipamento de proteção individual
Como parte da gestão de riscos de terceirizados, garanta que todos os trabalhadores terceirizados recebam o mesmo EPI de qualidade que os funcionários diretos. Realize verificações regulares para assegurar o uso adequado do EPI. Treine os trabalhadores sobre como usar, armazenar e manter corretamente seus equipamentos de proteção.
6. Melhore a comunicação e a conscientização sobre riscos
Forneça instruções de segurança e sinalização multilíngues quando necessário. Incentive a comunicação aberta entre contratados e supervisores da empresa. Estabeleça uma cadeia de comando clara para relatar perigos, quase acidentes e incidentes.
7. Realize auditorias e inspeções de segurança regulares
Monitore a conformidade com os protocolos de segurança por meio de inspeções frequentes no local. Realize auditorias surpresa para identificar comportamentos ou práticas inseguras. Use indicadores de desempenho de segurança (por exemplo, taxas de ferimentos, relatórios de quase acidentes, entre outros) para avaliar o desempenho do contratado.
8. Integre trabalhadores terceirizados à cultura de segurança
Inclua contratados em reuniões de segurança, conversas informais e simulações. Incentive-os a relatar perigos e participar de iniciativas de segurança. Reconheça e recompense o comportamento seguro para promover o engajamento.
9. Esclareça os procedimentos de investigação e relatórios de incidentes
Estabeleça um processo claro para relatar acidentes no local de trabalho e quase acidentes. Investigue incidentes envolvendo trabalhadores terceirizados minuciosamente para identificar as causas. Compartilhe lições aprendidas com funcionários internos e contratados para evitar recorrência.
10. Mantenha conformidade rigorosa com padrões legais e regulatórios
Outra responsabilidade da gestão de riscos de terceirizados é garantir que todas as políticas de segurança estejam alinhadas com regulamentações locais, nacionais e específicas do setor. Responsabilize os contratados por manter a conformidade com a segurança. Mantenha documentação detalhada de treinamento, auditorias de segurança e relatórios de incidentes para demonstrar conformidade.
Ao integrar trabalhadores terceirizados à cultura de segurança, programas de treinamento e estratégias de gerenciamento de risco da empresa, as organizações podem reduzir significativamente os riscos ocupacionais.
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