Os desastres ambientais e naturais podem gerar sérias consequências para a sociedade como um todo, já que envolvem ações de força da natureza que podem destruir estruturas físicas e instalações.
Imagine só o risco de um furacão que faz estragos em parte de uma indústria com produtos inflamáveis, ou corrosivos. Os danos não só para a empresa, mas para todo o local podem ser severos.
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ToggleDesastres naturais e desastres ambientais: qual a diferença?
Um desastre ambiental, também conhecido como desastre ecológico, é um evento catastrófico causado ao meio ambiente pela atividade humana. É isso que o diferencia de um desastre natural, que ocorre sem a interferência humana.
Desastre natural
Os desastres naturais são fenômenos naturais que impactam diretamente a sociedade humana de maneira negativa. Quando ocorrem, podem trazer consequências catastróficas para o ser humano e, mesmo com a tecnologia, muitas situações são imprevisíveis.
Os tipos de desastres naturais são: tempestades; terremotos (sismos) e maremotos (tsunamis); furacões, ciclones e tufões; erupções vulcânicas, inundações e seca.
Desastre ambiental
Os desastres ambientais são eventos desencadeados no meio natural, ou que afetam elementos da natureza, e que apresentam efeitos negativos para os seres humanos. Ocorrem principalmente pela ação do homem, seja pela exploração intensiva dos recursos naturais e à alteração do meio ou às atividades industriais.
São muitos os exemplos de desastres ambientais no Brasil, como:
- Rompimento da barragem Mina do Feijão em Brumadinho (2019);
- Rompimento da barragem do Fundão em Mariana (2015);
- Desabamento de uma ponte sobre o Rio Tocantins;
- no Japão, podemos citar o acidente de Fukushima (2011).
Isso nos mostra que tais eventos apresentam natureza diversa. Suas consequências são a perda de biodiversidade, o desequilíbrio ambiental, o surgimento de doenças, a morte de seres humanos e danos à infraestrutura, que geram prejuízos financeiros.
Desastre ambientais e naturais e a segurança química
Recentemente, o desabamento de uma ponte sobre o Rio Tocantins trouxe à tona mais uma situação crítica relacionada ao gerenciamento de produtos químicos em desastres naturais e estruturais.
O acidente resultou no derramamento de produtos químicos no rio, ameaçando o ecossistema local, a qualidade da água e a saúde das comunidades ribeirinhas.
Este caso soma-se a outros desastres emblemáticos, como Brumadinho e Mariana em Minas Gerais, no Brasil, e Fukushima, no Japão, ressaltando a importância de medidas efetivas para prevenir e mitigar os riscos associados a emergências químicas.
Em Brumadinho (2019) e Mariana (2015), o rompimento de barragens liberou rejeitos de mineração altamente tóxicos, contaminando rios e solos, causando mortes e destruindo comunidades inteiras.
Brumadinho
O rompimento da barragem de Brumadinho foi uma tragédia ambiental que aconteceu na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro de 2019. No início da tarde daquele dia, a barragem de rejeitos da mineração da Mina de Córrego do Feijão, da companhia Vale, colapsou, liberando uma avalanche de lama sobre uma área de 290 hectares.
A lama atingiu parte da empresa que operava no local, a zona rural de Brumadinho e a comunidade de Vila Ferteco. Com 272 vítimas fatais e milhares de pessoas desabrigadas ou desalojadas, é considerado o maior acidente de trabalho do Brasil.
Uma área significativa de Mata Atlântica foi perdida, e a bacia do rio Paraopeba foi negativamente impactada pelo fato de a lama ter atingido as águas do seu curso principal. Houve, com isso, a poluição de água e dos solos, sendo detectada a presença de óxido de ferro, manganês, cobre e cromo oriundos dos rejeitos da barragem da Vale, além de enorme perda de biodiversidade.
Perdas econômicas também foram registradas, especialmente quando se analisa com base no aumento do custo de vida na região.
Mariana
O rompimento da barragem do Fundão (Mariana) liberou o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas de resíduos. A mistura, que era composta, segundo a Samarco, por óxido de ferro, água e muita lama, não era tóxica, mas capaz de provocar muitos danos.
Inicialmente, pensou-se que a barragem de Santarém também havia sido afetada, no entanto, o que ocorreu foi a passagem dos rejeitos da outra (Fundão) por cima dessa barragem.
A liberação da lama provocou a pavimentação de uma grande área. Isso acontece porque a lama seca e forma uma espécie de cimento, onde nada cresce. Vale destacar, no entanto, que, em razão da grande quantidade de resíduos, a secagem completa do material demanda anos. Nada poderá ser construído no local, até a secagem completa. Além disso, o material não contém matéria orgânica, sendo, portanto, infértil.
A enxurrada de lama atingiu o Rio Gualaxo, afluente do rio Carmo, que deságua no Rio Doce, que, por sua vez, segue em direção ao Oceano Atlântico, no Espírito Santo. O impacto mais perceptivo no ambiente aquático foi a morte de milhares de peixes, que sucumbiram em razão da falta de oxigênio na água e da obstrução de suas brânquias.
Além da morte de peixes, microorganismos e outros seres vivos também sofreram, o que destruiu completamente a cadeia alimentar em alguns ambientes. Entretanto, não é somente a morte dos organismos vivos que afetou os rios da região, a quantidade de lama liberada provocou assoreamento, desvio de cursos de água e levou até mesmo ao soterramento de nascentes.
Fukushima
Na manhã do dia 11 de março de 2011, o pior terremoto já registrado no Japão, 8,9 graus na escala Richter, assolou a costa nordeste do país, provocando um tsunami e o vazamento da usina atômica de Fukushima. A região costeira nordeste do país foi destruída, em poucos minutos, pela onda gigante, e o pavor do vazamento nuclear espalhou-se pela ilha.
Em Tóquio, cidade afetada pelo terremoto, a ameaça de contaminação pela radioatividade forçou uma espécie de evacuação. Ainda houve vários tremores, por causa dos choques secundários, com deslizamentos e avalanches no Oeste e na capital.
Esses desastres ambientais não apenas demonstraram falhas na segurança estrutural, mas também na ausência de protocolos eficientes para contenção de materiais perigosos.
Cada um desses eventos evidencia como desastres naturais ou estruturais podem desencadear crises químicas de proporções catastróficas.
Leia também: Proteção ambiental: como manter a segurança da sua empresa
Gestão de Riscos de Desastres Ambientais
O gerenciamento químico eficaz durante desastres ambientais e naturais requer uma abordagem abrangente que inclua avaliação de risco, prevenção, preparação, resposta e recuperação.
1. Avaliação de risco e prevenção
- Realizar inspeções regulares e manutenção da infraestrutura envolvida no armazenamento e transporte de produtos químicos.
- Identificar e mapear áreas de alto risco para desastres naturais, integrando considerações de segurança química ao planejamento urbano e industrial.
- Implementar medidas de contenção robustas, como barreiras secundárias e sistemas de controle de derramamento.
2. Preparação
- Desenvolver e atualizar regularmente planos de resposta a emergências que levem em conta os riscos químicos.
- Treinar socorristas e membros da comunidade sobre conscientização sobre riscos químicos e protocolos de resposta.
- Estabelecer sistemas de alerta precoce para detectar possíveis falhas estruturais ou liberações de materiais perigosos.
3. Resposta a emergências
- Conter e mitigar rapidamente derramamentos químicos para minimizar impactos ambientais e de saúde pública.
- Implantar equipes de resposta especializadas equipadas para lidar com riscos químicos.
- Comunicar-se de forma transparente com o público, fornecendo instruções e atualizações claras.
Veja também: Como funciona a área de contenção de produtos químicos
4. Recuperação e remediação ambiental
- Avaliar a extensão dos danos ambientais e priorizar os esforços de limpeza.
- Monitorar os ecossistemas afetados e a saúde pública a longo prazo.
- Responsabilizar as partes responsáveis e aplicar regulamentações para evitar recorrências.
- Construir uma cultura de segurança
As lições de Tocantins, Brumadinho, Mariana e Fukushima enfatizam a necessidade de uma cultura de segurança que valorize medidas proativas em vez de respostas reativas. Governos, indústrias e comunidades devem colaborar para fortalecer práticas de segurança química, melhorar a resiliência da infraestrutura e aumentar a preparação para desastres.
Ao investir em medidas preventivas, promover a transparência e garantir respostas rápidas e coordenadas a incidentes químicos, podemos proteger melhor nosso meio ambiente e comunidades das consequências devastadoras de desastres químicos.
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