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Exposição a combustíveis: conheça os riscos dos trabalhadores

Os ambientes de trabalho fornecem vários riscos aos trabalhadores, nos mais diversos segmentos de atuação. Um deles é a exposição a combustíveis. Os profissionais que exercem atividades que envolvem essas substâncias, em longo ou curto prazo, podem desenvolver problemas de saúde e doenças. 

Dessa forma, é de fundamental importância o controle da exposição ocupacional a esses produtos. 

A principal substância que compõe os combustíveis é o benzeno, de característica incolor e considerado cancerígeno.  Ele pode causar desde dores de cabeça até problemas mais graves como anemia, danos neurológicos, infecção pulmonar e a diminuição do sistema imunológico.

Leitura recomendada: Como conhecer os riscos químicos: perigos físicos e à saúde humana

Presença de benzeno nos combustíveis

Mas, em que tipo de combustível, o Benzeno está presente? 

A gasolina é um exemplo. É um derivado do petróleo que contém hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, dos quais um dos compostos é o benzeno, com concentração de até 1%, de acordo com a Resolução ANP Nº 807 / 2020. Por isso, é uma indispensável fonte de exposição ocupacional e ambiental.

As atividades que envolvem a exposição aos solventes nos combustíveis, em especial ao benzeno presente na gasolina, necessitam de cuidados especiais em relação à prevenção da saúde. 

Afinal, as tarefas associadas ao armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis já são classificadas como perigosas. Desse modo, a exposição crônica ao benzeno possui grande relevância toxicológica, sendo que a recuperação dos vapores, nos postos de combustíveis, por exemplo, já é uma exigência, assim como o monitoramento ambiental e biológico. 

Norma sobre exposição a combustíveis

A Norma Regulamentadora 20 (NR-20) estabelece os requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho a riscos provenientes de atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

Isso inclui os trabalhadores de postos de serviços revendedores de combustíveis automotivos e os trabalhadores que utilizam produtos químicos inflamáveis.

Na NR-20, por exemplo, as instalações foram diferenciadas e classificadas em três classes, em função da atividade e quantidade de inflamáveis e combustíveis armazenados, assim como das medidas de segurança necessárias para cada tipo.

A avaliação da exposição aos compostos químicos constitui um fator determinante das condições para a saúde dos colaboradores, devido à necessidade de minimizar os efeitos de tais exposições a combustíveis. O que pode variar desde a alterações potencialmente reversíveis até a morte. 

São muitos os compostos químicos que se destacam pelo potencial tóxico que apresentam nas interações com os organismos vivos e, entre eles, temos o benzeno. 

Aspectos toxicológicos do Benzeno

O benzeno é uma substância orgânica, da família dos hidrocarbonetos aromáticos, que se apresenta como um líquido incolor, de odor doce, volátil à temperatura ambiente, inflamável, solúvel em etanol e clorofórmio e pouco solúvel em água. 

Pode ser liberado na natureza em pequena escala em processos naturais, como atividade vulcânica e queimadas florestais. No entanto, a maior emissão no ambiente decorre de atividades industriais, como na indústria petroquímica e na indústria química.

Inalação

A principal rota de exposição humana ao benzeno é a inalação. Níveis preocupantes de benzeno podem estar presentes no ar de ambientes internos devido à presença de materiais como tintas, colas e adesivos, solventes, entre outros.

A inalação de altas concentrações da substância por curto tempo pode causar sonolência, enjoo, aceleração do ritmo cardíaco, dificuldade respiratória, cefaleia, tremor, confusão mental e inconsciência. O benzeno causa ainda irritação nos olhos, na pele e no trato respiratório. 

A ingestão de alimentos e bebidas contaminados com altos teores de benzeno pode produzir vômito, irritação no estômago, enjoo, sonolência, convulsão, aceleração do batimento cardíaco e até mesmo provocar a morte.

Exposição por longo prazo pode resultar na diminuição da produção tanto de eritrócitos como de leucócitos na medula óssea. Em exposições a concentrações mais elevadas, pode levar à anemia aplástica (doença da medula óssea e do sangue) e pancitopenia (leucopenia, plaquetopenia e anemia).

Saiba mais: Conheça nova lista de agentes cancerígenos relacionada ao trabalho

Classificação como cancerígeno

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o benzeno como cancerígeno humano (Grupo 1). A Organização Mundial da Saúde – OMS (em inglês, World Health Organization – WHO), declara que não existe concentração segura de exposição ao benzeno, tanto no ar, como na água, e estabelece valores guia. 

Limite de exposição ao benzeno

É importante destacar que, para os agentes reconhecidamente carcinogênicos e genotóxicos, dentre os quais o benzeno, não há limites seguros de exposição. O que nos leva se é razoável aceitar qualquer limite de exposição acima de zero. 

A Norma Regulamentadora 15 (NR-15) no seu anexo 13-A estabelece o Valor de Referência Tecnológico (VRT) para o Benzeno, entre outras exigências. 

O Anexo IV da Norma Regulamentadora 20 (NR-20) determina os requisitos de segurança e saúde no trabalho para as atividades com exposição ocupacional ao benzeno em Postos de Serviços Revendedores de Combustíveis Automotivos – PRC contendo essa substância.

Também devemos citar que, para a prevenção, quando da elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), temos na ACGIH, um limite especificado para a gasolina, que pode ser utilizado com esse objetivo.

Como garantir a segurança dos trabalhadores na exposição a combustíveis

De uma forma geral, algumas medidas de controle podem ser adotadas para controlar a exposição a combustíveis no ambiente de trabalho. Veja a seguir:

  • Eliminar a exposição, mesmo que seja pela alteração de um processo de trabalho em que os produtos químicos utilizados não sejam mais necessários;
  • Substituir um produto de maior risco por um de menor risco;
  • Investir em novas tecnologias, como redesenhar um equipamento ou processo para que o risco seja controlado em sua origem, por exemplo, por meio de uma barreira física;
  • Informar ao colaborador sobre os riscos, treinar, capacitar; usar todos os recursos para garantir a comunicação;
  • Providenciar EPIs e EPCs adequados, por exemplo, luvas, macacões, respiradores, capacetes, óculos de segurança, roupas de alta visibilidade e calçados de segurança;
  • Na impossibilidade de eliminação ou substituição imediata por não ter substituto de menor risco, reduzir a exposição a combustíveis, fornecendo locais para armazenamento seguro, manuseio, transporte e instalações próprias para o descarte.

Medidas necessárias e cuidados em postos de combustíveis

No caso dos postos de combustíveis, além das ações citadas acima, podemos acrescentar cuidados mais específicos a essa atividade. Confira:

  • Atenção na hora de descarregar o caminhão tanque 

A liberação do benzeno é maior durante a transferência da carga de combustível do caminhão para os tanques reservatórios. Mas também ocorre durante o abastecimento dos veículos. Por isso, é muito importante a utilização dos equipamentos de proteção individual.

  • Cuidado com o pano e estopa para limpeza 

Os frentistas têm o hábito de usar panos, flanelas ou estopas para limpar as mãos, principalmente após o abastecimento de motocicletas, contaminando as mãos pelo contato da gasolina que está no pano ou estopa. 

  • Evite inalar o vapor utilizando o protetor de respingo 

Este é um dispositivo de proteção que é utilizado com o objetivo de evitar o contato do líquido com a pele dos trabalhadores. Ele também auxilia na redução das emanações de vapores no momento do abastecimento. 

  • Abastecimento somente até o automático

Muitas vezes, presenciamos no momento do abastecimento uma prática comum, mas que não é nada saudável para o frentista e nem para o cliente: encher o tanque do automóvel até a boca. Não parece, mas, ao longo dos anos, inalar o vapor que sai da máquina quando o frentista abastece, além do automático, pode causar futuramente muitos transtornos para a saúde e até mesmo o levar à morte. Quando o frentista abastece com a bomba no automático, ele consegue manter distância do tanque e inalar menos o benzeno.

  • Instalação de sistema de recuperação de vapores 

Considera-se como sistema de recuperação de vapores um sistema de captação de vapores, instalado nos bicos de abastecimento das bombas de combustíveis líquidos contendo benzeno. Ele direciona esses vapores para o tanque de combustível do próprio PRC ou para um equipamento de tratamento de vapores. Essa exigência consta do Anexo IV da NR-20, item 14. 

Veja também: Agentes químicos no ar: qual a diferença entre fumos, poeiras, névoas, gases e vapores?

A exposição a combustíveis, como toda exposição a produtos químicos, pode trazer danos à saúde dos colaboradores. O atendimento às exigências da legislação de segurança, principalmente no que se refere às Normas Regulamentadoras, é um grande passo para garantir a segurança no trabalho e a proteção dos seus colaboradores. 

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Com mais de 10 anos de experiência e profissionais altamente qualificados, a Chemical Risk tem expertise, conhecimento e atualização sobre as diversas legislações existentes, assim como sobre os riscos das substâncias.

Desta forma, conseguimos orientar sua organização sobre as melhores práticas de manuseio, armazenamento, transporte e descarte de produtos químicos.

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