Na tarde do dia 22/09, em sequência ao programa Seminários Intertox, realizou-se a palestra “Armas Químicas de Guerra”, no auditório do Hotel Transamérica de Perdizes. A palestra contou com a presença de 53 participantes incluindo representantes do Corpo de bombeiros, GATE, Tropa de Choque e Defesa Civil de São Paulo e foi realizada pela especialista em armas químicas de guerra, Camilla Colasso, farmacêutica e bioquímica com mestrado em Toxicologia e especialista em avaliação do risco químico da Intertox.
Armas químicas de guerra são definidas como qualquer substância química cujas propriedades tóxicas são utilizadas com a finalidade de matar, ferir ou incapacitar algum inimigo na guerra, associado a operações militares e mais recentemente em atos terroristas. Tais compostos não podem ser completamente proibidos, pois alguns têm potencial uso industrial. Além disso, apesar de medidas de correção tomadas até o momento e a condenação de sua utilização no mundo, há uma grande facilidade na fabricação de tais produtos.
Substâncias químicas naturais têm registro de utilização em guerras há mais de dois milênios. Em 600 a.C., os atenienses envenenavam as águas de rio com raiz de heléboro Quando os inimigos a consumiam, apresentavam intensa diarréia, por ser tal raiz é um drástico laxante. Em 429 a.C., os espartanos queimavam enxofre para produzir fumos tóxicos durante a Guerra do Peloponeso. Em 200 a.C., Cartago derrota os inimigos após contaminar tonéis de vinho com Mandrágora, raiz que provoca sono narcótico. Depois do consumo do vinho pelos soldados inimigos, os cartagineses voltaram e os mataram.
Aníbal, em uma batalha Naval contra Eumenes II, de Pérgamo, lança cobras venenosas nos conveses de navios inimigos para derrotar os pergamenos. Outra forma de utilização de substâncias foi através de flechas impregnadas com substâncias venenosas nas pontas (o toxikón) e arcos para dispará-las contra os inimigos.
A palestra abordou o histórico do emprego destes agentes, a classificação dos agentes de acordo com o mecanismo de ação tóxica nos seres humanos (neurotóxicos, vesicantes, sanguíneos, sufocantes e as toxinas) e o tratamento recomendado.