A Segurança do Trabalho é a área responsável por prevenir acidentes e tornar os locais de trabalho seguros, mantendo assim a saúde e a integridade física dos colaboradores. Para isso ser possível, diversas normas, procedimentos, medidas e ações preventivas são implementadas para garantir a segurança nos ambientes de trabalho. Neste sentido, a higiene ocupacional ajuda por atuar com o objetivo de evitar as doenças ocupacionais.
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ToggleEntendendo a relação entre segurança do trabalho e higiene ocupacional
Com o foco na proteção dos colaboradores, a Segurança do Trabalho trabalha não só na prevenção de acidentes, mas também na prevenção das doenças ocupacionais.
Por meio de estudos e técnicas específicas, esse setor analisa a provável causa de um acidente e de doenças ocupacionais. Assim, é possível evitar novos incidentes que podem afetar a qualidade de vida e a saúde dos colaboradores de uma empresa.
Vale destacar que as doenças ocupacionais são responsáveis por incapacitar e, até mesmo, por matar trabalhadores em todo o mundo. Logo, existem estratégias e técnicas preventivas que são capazes de evitar grande parte delas. Nesse cenário, entra a Higiene Ocupacional.
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O que é a Higiene Ocupacional?
Segundo a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO) a Higiene Ocupacional é a ciência e a arte dedicada ao estudo e ao gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos.
Por meio de ações de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das condições e locais de trabalho, ela garante a preservação da saúde e bem-estar dos trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente e a comunidade.
Na prática, a Higiene Ocupacional é responsável por:
- Identificar os agentes perigosos presentes nos locais de trabalho que podem causar doença ou desconforto;
- Avaliar a extensão do risco devido à exposição a esses agentes perigosos;
- Controlar esses riscos para evitar problemas de saúde a longo ou curto prazo.
Quais são os riscos presentes nos locais de trabalho?
Como mencionamos anteriormente, os riscos que podem estar presentes nos locais de trabalho são os riscos físicos, químicos e biológicos, que são o escopo da Higiene Ocupacional. Veja, a seguir, alguns exemplos:
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Riscos físicos
São os riscos ambientais que se apresentam em forma de energia, tal como os ruídos, temperaturas extremas, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. Diferentemente dos riscos biológicos ou químicos, que dependem do contato direto do trabalhador, os riscos físicos são por si só os agentes causadores de acidentes.
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Riscos químicos
O contato e a manipulação de produtos químicos no local de trabalho podem ocasionar acidentes e problemas de saúde, sendo conhecidos como riscos químicos. Eles são causados por agentes, como substâncias, produtos ou compostos, que entram no organismo por meio da via respiratória (sob as formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores), contato com a pele ou por ingestão.
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Riscos biológicos
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Os agentes biológicos são vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios etc.
Quais são as etapas da Higiene Ocupacional?
A Higiene Ocupacional visa prevenir, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais, sendo dividida nas seguintes etapas:
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Antecipação dos riscos
Nessa primeira fase, é fundamental realizar a avaliação dos riscos potenciais e tomar medidas preventivas antes que quaisquer processos industriais sejam implementados ou modificados.
É nesta etapa em que são previstos os possíveis riscos que podem existir em um ambiente de trabalho, seja em uma etapa do processo produtivo, de instalação de uma nova fábrica ou início de um novo processo, ou seja, na etapa de projeto.
Por exemplo, se está sendo prevista uma modificação, uma nova fábrica, uma alteração dentro de minha planta, então, tenho que antecipar os riscos que podem acontecer.
A fase de Antecipação também pode ser realizada no processo de compras e ela é muito importante. Se você é de uma indústria que compra material e é da área de compras, você é o principal elo. Nas grandes empresas que têm excelência no processo de Gestão de Saúde e Segurança, a área de Higiene Ocupacional atua diretamente com a área de Compras.
Dessa forma, é possível evitar que entre na empresa algo desconhecido. Ou seja, a área de HO deve aprovar todos os produtos e, dessa forma, saberá tudo o que está na fábrica.
E por que isso é importante? Imagine a seguinte situação: você elaborou o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) da empresa contemplando todos os riscos e de repente você descobre que a área de compras trocou um fornecedor ou então entrou um produto novo na empresa.
O que acontece? Você deverá refazer todo o estudo novamente, porque trocou o fornecedor, podendo alterar a composição dos produtos. Um risco que antes poderia ser evitado, não foi e ele está dentro da fábrica e o que vai acontecer é que trabalhadores estão expostos a esse risco sem proteção. Para que isso não aconteça, é necessário que se tenha uma boa gestão de mudanças e sempre deve existir um profissional de saúde e segurança do trabalho na tomada de decisão para saber se um produto pode ou não entrar na fábrica.
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Reconhecimento dos riscos
Esta é uma etapa fundamental na prática da higiene ocupacional, pois riscos que não são inicialmente identificados não serão nem avaliados nem controlados. Nesta etapa, já existe um processo em operação e o reconhecimento adequado dos riscos existentes permite uma definição clara do problema e o estabelecimento de prioridades para a ação.
O reconhecimento dos riscos deve incluir um estudo inicial, visita ao local de trabalho para observações detalhadas e análise de todos os dados obtidos. Vale mencionar que, para que nenhum risco seja “esquecido” durante a visita ao local de trabalho, é necessário um estudo prévio sobre:
- Tecnologias e processos de trabalho em questão;
- Operações;
- Equipamentos e máquinas;
- Matérias-primas;
- Substâncias químicas utilizadas;
- Produtos e eventuais subprodutos;
- Resíduos.
Devem ser verificadas todas as possibilidades de uso, formação e como ocorre a dispersão de agentes ou fatores nocivos associados aos diferentes processos de trabalho, bem como seus possíveis efeitos sobre a saúde. Fica claro que isso exige muito conhecimento, experiência e acesso à informação, com muita pesquisa em literatura especializada, e outras fontes.
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Avaliação de riscos
Uma vez que o risco tenha sido reconhecido, é necessário então mensurar esse risco para se verificar o quanto grave, o quanto danoso, qual é o tamanho desse risco para a vida dos trabalhadores.
No caso dos agentes físicos, é medida a intensidade dos mesmos e, no caso dos agentes químicos, é medida a sua concentração. Esses valores serão comparados com limites ou valores de referência que darão a dimensão da gravidade ou não da exposição.
A partir da avaliação de risco, obtemos as informações necessárias para que sejam adotadas as medidas de controle adequadas, sendo possível priorizar aqueles riscos que se mostrarem mais significativos.
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Controle de riscos
O controle de riscos deve obedecer a uma hierarquia que vai desde a adoção de medidas de engenharia ou medidas administrativas para tornar o risco aceitável. Também pode ser necessário especificar um equipamento de proteção individual (EPI), que, como sabemos, deve ser o último controle dentro da escala de hierarquia de proteção.
Todo trabalho realizado anteriormente visa o controle das exposições aos riscos no trabalho, sendo este o maior objetivo da Higiene Ocupacional.
Podemos perceber que a integração de todas as informações obtidas nas etapas anteriores permite subsidiar decisões, mitigar ou eliminar os riscos e planejar com mais certeza as ações preventivas que garantem a higiene ocupacional e a segurança do trabalho. Além disso, é possível assegurar o gerenciamento dos riscos relacionados com a saúde dos trabalhadores.
Ouça aqui o nosso podcast sobre higiene ocupacional – Capítulo 1: Introdução
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