A maioria dos acidentes com funcionários podem ser previstos e prevenidos, não sendo, portanto, obra do acaso, como sugere a palavra “acidente”. Após uma ocorrência do tipo, conduzir uma investigação de acidentes de trabalho completa é crucial para entender as causas, prevenir incidentes futuros e garantir um ambiente seguro.
É importante avaliar também os chamados “quase acidentes” e “incidentes” (quando o funcionário não se prejudica, mas os riscos estavam presentes).
Uma dúvida que sempre surge quando o assunto é investigação de acidentes de trabalho é a diferença entre “acidente”, “incidente” e “circunstância indesejada”. Vamos às definições:
- Acidente do trabalho – Ocorrência geralmente não planejada que resulta em danos à saúde ou integridade física de trabalhadores ou de indivíduos do público. Exemplo: o profissional sofre uma queda de uma escada ao realizar uma atividade em altura e fratura a perna.
- Incidente – Ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. Exemplo: uma escada cai perto de um trabalhador, que consegue escapar a tempo e não sofre nenhuma lesão.
- Circunstância indesejada – Condição, ou um conjunto de condições, com potencial de gerar acidentes ou incidentes. Exemplo: o trabalhador está sobre uma escada, que não foi devidamente colocada, e está instável.
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ToggleQual o propósito da investigação de acidentes de trabalho?
As investigações de acidentes de trabalho atendem a vários propósitos, todos os quais contribuem para melhorar a segurança e o bem-estar no local de trabalho. Os principais objetivos dessas investigações incluem:
1. Determinar as causas
Investigar acidentes ajuda a identificar as causas raiz por trás dos incidentes, sejam eles mau funcionamento do equipamento, falhas de procedimento, erros humanos ou outros fatores. Entender essas causas permite que as organizações implementem medidas corretivas eficazes e evitem que acidentes semelhantes ocorram no futuro.
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2. Estabelecer responsabilidade
Uma investigação completa ajuda a determinar se alguma parte tem responsabilidade legal pelo acidente. Essas informações são vitais para reivindicações de seguro, indenização trabalhista e possíveis processos legais.
3. Melhorar as medidas de segurança
Ao analisar acidentes de trabalho, as organizações obtêm insights sobre áreas onde seus protocolos de segurança, equipamentos ou treinamento podem estar faltando.
Como funciona a investigação de acidentes de trabalho na prática?
Uma investigação efetiva requer uma metodologia estruturada para coleta, organização e análise das informações.
A investigação de eventos adversos envolve quatro etapas, conforme segue:
- Coleta de dados;
- Análise das informações;
- Identificação de medidas de controle;
- Plano de ação.
Segundo as Normas Regulamentadoras, a análise de acidentes de trabalho é uma ferramenta essencial. Em várias NRs, é possível encontrar menção a ela, como por exemplo:
- NR-1 (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais);
- NR-4 (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho);
- NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Passo a passo da investigação de acidentes de trabalho
Quando ocorrer um acidente no local de trabalho, reúna uma equipe experiente para conduzir a investigação. A área de saúde e segurança do trabalho, bem como funcionários que tenham experiência na atividade que a parte lesada estava realizando, devem fazer parte da investigação.
Etapa 1. Proteja a cena do acidente
Para garantir a segurança, antes de iniciar a investigação, certifique-se de que a área seja segura para trabalhadores e investigadores. Desligue qualquer maquinário ou equipamento envolvido e isole a área para evitar mais ferimentos ou danos.
Para preservar as evidências, evite mover ou perturbar qualquer coisa no local do acidente, a menos que seja necessário para garantir a segurança. Isso ajuda a preservar a cena para uma análise precisa.
Etapa 2. Forneça assistência médica
Forneça imediatamente a atenção médica a qualquer trabalhador ferido. Garanta que os primeiros socorros sejam prestados ou, se necessário, providencie serviços de emergência. Registre a natureza e a extensão de quaisquer ferimentos, pois isso será essencial no relatório de investigação.
Etapa 3. Colete evidências
Execute esta etapa o mais rápido possível após o incidente. Quanto menos tempo passar antes de você começar a investigação do acidente, mais fácil será observar as condições da cena como elas eram no momento do acidente.
Colete evidências físicas que podem ajudar a descobrir a causa raiz do acidente, reunindo todos os itens envolvidos no acidente, como peças de máquinas quebradas, equipamento de proteção individual danificado ou ferramentas.
Certifique-se de que o equipamento esteja sinalizado e preservado para análise posterior, se necessário. Registre a cena visualmente tirando fotos ou vídeos detalhados da cena do acidente de vários ângulos.
Esboce a cena, desenhando um diagrama simples do local do acidente, observando as posições dos equipamentos, pessoas e quaisquer objetos relevantes. Por fim, faça muitas anotações para não esquecer nenhum detalhe. Lembre-se de que a busca é por fatos, e não por falhas.
Etapa 4. Realize entrevistas
Além de coletar evidências, você também deve identificar testemunhas. Entrevistar essas pessoas fornece insights sobre o acidente que podem não ser aparentes durante sua investigação física. Embora você também precise entrevistar o funcionário ferido, ele pode se sentir muito abalado para fornecer informações precisas imediatamente.
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Etapa 5. Identifique a causa raiz
O objetivo principal de toda investigação de acidentes de trabalho é encontrar a causa raiz. Se você sabe o que levou ao acidente, pode evitar que aconteça novamente. Tenha em mente que o acidente pode ter várias causas. Por exemplo, um funcionário não foi devidamente treinado e estava trabalhando com substâncias perigosas.
Para executar uma análise de causa raiz, as equipes investigativas devem começar com a coleta de dados e, em seguida, criar um gráfico de fatores causais analisando os detalhes do acidente.
Uma ferramenta muito utilizada é o Diagrama de Espinha de Peixe (Ishikawa), categorizando as causas potenciais em diferentes áreas (por exemplo, Equipamento, Ambiente, Pessoas, Processos), que permite a identificação dos fatores que contribuíram para o acidente.
Etapa 6. Prepare um relatório de investigação
Um relatório abrangente deve ser elaborado, detalhando as descobertas da investigação. Forneça uma descrição clara do acidente, incluindo quem estava envolvido, onde aconteceu e os ferimentos ou danos resultantes.
Detalhe a linha do tempo dos eventos que levaram ao acidente e depois dele. Apresente as causas raiz e os fatores contribuintes descobertos durante a investigação. Liste as ações corretivas que precisam ser tomadas e as recomendações de medidas preventivas. Inclua fotografias, declarações de testemunhas e documentação revisada durante a investigação.
A documentação é essencial para fins legais e de seguro e serve como um recurso valioso para futuras avaliações de segurança.
Etapa 7. Defina um plano de ação
Seu relatório final de investigação de acidentes de trabalho deve incluir recomendações para evitar incidentes futuros. Desenvolva um plano de ação corretiva e preventiva que deverá ser implementado para mitigar o risco. Seu plano deve considerar a causa raiz do acidente e incluir etapas concretas a serem tomadas para lidar com isso.
Etapa 8. Mantenha o acompanhamento
Mesmo o melhor plano de ação, não evitará acidentes no local de trabalho se não for aplicado corretamente. Por isso, acompanhe as recomendações após algumas semanas, e depois de alguns meses para garantir que elas estejam sendo implementadas. Se as mudanças não parecem estar fazendo diferença, considere revisar o plano de ação e seu cronograma para maximizar os resultados.
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