Chemical Risk

atendimento@chemicalrisk.com.br
+55 (11) 4506-3196 / (11) 94706-2278

Mas afinal o que é o medicamento hidroxicloroquina?

Em meio à pandemia da COVID-19, o medicamento hidroxicloroquina, à base de cloroquina, ganhou muita visibilidade nos últimos dias. Por isso, neste texto, vamos conhecer melhor este medicamento e nada melhor para começar do que falar sobre a quinina.

A quinina é um alcaloide de gosto amargo que tem funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. Extraída da quina, a substância é um pó branco, inodoro e é empregada para o tratamento de malária e arritmias cardíacas como fármaco. Já, na indústria de bebidas, é usada como flavorizante da água tônica.

Como se deu sua origem? Em 1820, os químicos franceses Joseph Pelletier e Joseph Caventou isolaram a quinina das cascas de Cinchona e a identificaram como sendo um alcaloide. Só muito mais tarde, a substância foi reconhecida como um alcaloide da classe dos quinolínicos.

Após todas as pesquisas, foi desenvolvido o medicamento hidroxicloroquina, aprovado para uso médico nos Estados Unidos em 1955.

Tal medicamento faz parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde. Esta é uma lista dos medicamentos mais eficazes, seguros e fundamentais num sistema de saúde.

Qual o emprego para o medicamento hidroxicloroquina?

Até o momento, o medicamento é utilizado para tratar:

  • Afecções reumáticas e dermatológicas;
  • Artrite reumatoide;
  • Artrite reumatoide juvenil;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Lúpus eritematoso discoide;
  • Condições dermatológicas provocadas ou agravadas pela luz solar.

A hidroxicloroquina também é utilizado na prevenção e no tratamento da malária sensível à cloroquina, tais como crises agudas e tratamento supressivo de malária por Plasmodium vivax, P. ovale, P. malariae e cepas sensíveis de P. falciparum.

Quais as contraindicações para o uso deste medicamento?

É contraindicado em pacientes com retinopatias pré-existentes, pacientes com hipersensibilidade aos derivados da 4-aminoquinolona e em crianças menores de 6 anos.

Doses elevadas do medicamento hidroxicloroquina podem provocar graves efeitos a retina, uma vez que a toxicidade na retina é amplamente relacionada à dose. Assim, o risco de danos na retina é pequeno com a dose diária de até 6,5 mg/kg de peso. 

A hidroxicloroquina causa hipoglicemia severa incluindo perda de consciência que pode ser um risco para a vida em pacientes tratados com e sem medicação antidiabética. Existem raros relatos, que envolvem o uso de hidroxicloroquina e o aparecimento de comportamento suicida. 

O emprego deste medicamento durante a gestação também não é recomendado, já que a hidroxicloroquina atravessa a barreira placentária e existem poucos estudos sobre o impacto da substância. 

Em doses terapêuticas de hidroxicloroquina em gestantes, foram relatadas alterações no sistema nervoso central tais como ototoxicidade (auditiva e toxicidade vestibular, surdez congênita), hemorragia e pigmentação anormal da retina. 

Por isso, só se deve utilizar quando o médico avaliar que há benefícios potenciais que superam os riscos associados ao uso. 

Quais as principais reações adversas?

O medicamento hidrocloroquina pode provocar anorexia, exacerbação do quadro de porfiria, labilidade emocional, cefaleia, distúrbios oculares como visão borrada. 

Em alguns casos, pode ocorrer alterações na córnea incluindo opacificação e edema. Outros problemas englobam distúrbios gastrointestinais, como dor abdominal, náusea, diarreia, vômito, distúrbios de pele e do tecido subcutâneo como erupção cutânea e prurido.

Propriedades farmacocinéticas do medicamento hidroxicloroquina

A hidroxicloroquina é rapidamente absorvida após administração oral, com uma biodisponibilidade média de 74%. 

Então, a substância é amplamente distribuída pelo organismo e tende a se acumular nas hemácias e em alguns órgãos, como os olhos, rins, fígado e pulmões, onde pode ficar armazenada por um longo período.

Depois, o medicamento é biotransformado em produtos ativos da biotransformação pelo fígado e é excretado em sua maioria pela via renal e em menor porção pela via biliar.

A excreção é lenta, sendo a meia-vida de eliminação de aproximadamente 50 dias (sangue total) ou 32 dias (plasma). Além disso, a hidroxicloroquina atravessa a barreira placentária e possivelmente passa ao leite materno, como cloroquina.

Qual a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento do vírus COVID-19?

Até este momento, não está confirmada a eficácia da hidroxicloroquina para curar as pessoas infectadas pelo COVID-19.

Há pesquisas em andamento na França, China, Estados Unidos e outros países para confirmar se o emprego da hidroxicloroquina associado ao antibiótico Azitromicina é efetivo.

Para que esses medicamentos sejam confirmados como eficazes contra o COVID-19, é necessária a realização de diversos testes e em um grande número de pacientes. Infelizmente, ainda teremos que aguardar a confirmação desses resultados para tratar de forma adequada e efetiva o COVID-19. 

Também existem diversas outras pesquisas sendo realizadas pelo mundo, e não apenas com esses dois medicamentos e sim com diversos fármacos. Sem contar que já estão em andamento os estudos sobre desenvolvimento de uma vacina, que ainda irá demorar um bom tempo para estar disponível para a população.

É importante nos mantermos em casa para minimizar a disseminação do vírus, bem como ficar atento e evitar o uso de medicamentos sem comprovação pelas agências da sua eficácia. Até porque muitos pacientes necessitam desses medicamentos para tratar doenças, como pacientes com lúpus (doença crônica e autoimune), doenças reumatoides e outras.

Gostou deste artigo?

Share on Facebook
Share on Twitter
Share on Linkdin
Share on Pinterest

comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *