Sabe o que é lixo eletrônico e o que fazer com ele? Para te ajudar a entender, vamos fazer algumas perguntas para começar:
- Você se lembra de ter descartado pilhas, baterias ou outros tipos de equipamentos elétricos e eletrônicos nos últimos anos?
- E mais, se lembra como foi feito esse descarte?
Cheque nas gavetas, no fundo do armário ou naquele canto da casa onde guardamos coisas para decidirmos depois o que fazer com ela. É possível que em algum desses lugares você encontre pilhas, baterias ou eletroeletrônicos sem uso, apenas esperando pelo momento de serem descartados.
Pois bem, as tecnologias atuais permitem que novos aparelhos sejam lançados e novas tendências surjam rapidamente no mercado. Este é um processo muito bem planejado que leva o consumidor a substituir seus equipamentos eletrônicos de forma contínua e, como consequência, gera um volume cada vez maior de lixo eletrônico.
Tanto a telefonia móvel como a computação pessoal sofreram uma grande popularização. Claro que isso era inevitável e é muito bom. Porém, a geração de lixo eletrônico aumentou muito. Até porque, muitas vezes, comprar um aparelho novo é mais simples do que consertar, como também pelo estímulo dos fabricantes que levam o consumidor a sempre trocar seus dispositivos por novos, em intervalos de tempo cada vez menores. Afinal, quem não busca sempre o aparelho mais moderno, com mais recursos?
Essa quantidade de lixo eletrônico gerado tornou-se um grande problema, pois o descarte incorreto de todo esse material eletrônico resulta em danos à saúde pública devido às substâncias tóxicas liberadas, contaminando solos e lençóis freáticos.
Leitura recomendada: O que é poluição química?
Índice
ToggleContexto atual do lixo eletrônico
Diante desse cenário, é imprescindível que os consumidores tenham esclarecimentos a respeito do que é lixo eletrônico e a forma correta de descarte dos mesmos, assim como as empresas devem atuar de modo a possibilitar a correta destinação para evitar impactos ao meio ambiente e à saúde pública.
O problema é extremamente sério na medida em que pesquisas demonstram que há muito a se fazer na questão da conscientização frente a essa realidade.
Inclusive, o objetivo da pesquisa realizada pela Radar Pesquisas – Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2021 (entre os dias 14 e 21 de maio deste ano, com 2075 pessoas) foi entender o hábito dos brasileiros para o descarte de lixo eletrônico e verificar diferenças de comportamento e conhecimento da população nas cinco regiões do país. Seguem alguns resultados:
- 87% já haviam ouvido falar em lixo eletrônico, mas 33% (um terço) acredita que esse lixo se refere ao meio digital (spam, e-mails, fotos e arquivos).
- 42% consideram lixo eletrônico como sendo os aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos que estão quebrados.
- 3% acreditam que são todos os aparelhos que já viraram lixo, ou seja, apenas os que foram descartados correta ou incorretamente.
- Mais de 90% reconhecem que celulares, smartphones, tablets, notebooks, pilhas e baterias são lixo eletrônico e claro que estão corretos.
- 51% não acham que lâmpadas comuns, incandescentes e fluorescentes são lixo eletrônico;
- 34% acreditam que lanternas não são lixo eletrônico;
- e 37% acreditam que balanças não são lixo eletrônico, porém, todos esses objetos são considerados lixo eletrônico.
Para se ter uma ideia, os resíduos eletrônicos descartados no mundo cresceram 21% em apenas 5 anos, segundo o E-Waste Monitor 2020. Segundo o relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas, o Brasil descartou, apenas em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% desse volume foi reciclado. E esse é um cenário assustador!
Leitura recomendada: Sabe o que é o gerenciamento de riscos ambientais? Entenda na prática!
O que é lixo eletrônico na prática?
Bem, neste momento, já deu para ter uma ideia sobre o que estamos falando. Lixo eletrônico ou Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) nada mais são do que:
“Os celulares, tablets, computadores, TVs, lavadoras de louça e de roupa, geladeiras, fios, cabos, pilhas, entre outros eletrodomésticos, que estão quebrados ou não tem mais utilidade, por algum motivo. Basicamente, qualquer coisa que funcione com eletricidade da qual você decidiu se livrar pode ser considerado lixo eletrônico.”
Eles são classificados como resíduos eletrônicos, porque podem ser reciclados quando descartados da forma correta, em coletores específicos para esse tipo de item. Ao contrário do lixo, ou rejeito, que é algo que não pode ser mais reaproveitado e acaba tendo que ir para disposição final, como por exemplo, aterros sanitários.
A diferença entre o rejeito, ou lixo, e o resíduo é a possibilidade de seu reaproveitamento, como por exemplo, através da reciclagem.
O que é lixo eletrônico e seu descarte incorreto
Os equipamentos elétricos e eletrônicos possuem diversos componentes tóxicos em suas estruturas. Quando descartados de maneira incorreta, esses componentes tóxicos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública.
Pesquisas apontam que cerca de 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros sanitários controlados são provenientes de equipamentos eletrônicos descartados incorretamente (CETEM).
Vários são os componentes tóxicos presentes nesses equipamentos. Podemos destacar o Alumínio, Antimônio, Arsênio, Berílio, Bismuto, Cádmio, Chumbo, Cobalto, Cobre etc. Todos eles apresentam intoxicação aguda e crônica. Muitos desses componentes são classificados como carcinogênicos em diferentes categorias.
Para piorar a situação, o lixo eletrônico às vezes é exportado ilegalmente para países que não têm leis sobre seu manuseio e descarte. Às vezes, materiais valiosos são recuperados, mas geralmente em condições de trabalho inseguras.
Fica clara, então, a importância do descarte correto desses equipamentos, considerando tudo o que já apresentamos aqui.
Saiba mais: Toxicologia do arsênio: conheça os usos, aplicações e efeitos nas pessoas
O que diz a lei sobre o que é lixo eletrônico?
A Lei N° 12.305/2010 (Política Nacional dos Resíduos Sólidos, ou PNRS), no seu artigo 33, estabelece que o fabricante é obrigado a fazer a logística reversa dos eletroeletrônicos que comercializa. Isso significa que é de responsabilidade do dono do produto procurar o fabricante, que é obrigado a recolher e descartar de forma ecologicamente correta.
Para atuar em conformidade com a legislação, as empresas devem implementar sistemas de logística reversa para recolher e reciclar eletrônicos ou descartá-los corretamente. Da mesma forma, a PNRS prevê sanções tanto à companhia que falhar em cumprir a Lei, quanto ao consumidor que fizer o descarte de maneira inapropriada.
Além disso, a Lei 13.576/2009, do Estado de São Paulo, define normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.
O que nós podemos fazer?
Depois de entender o que é lixo eletrônico, felizmente, podemos fazer muito a respeito dessa situação preocupante de descarte dos equipamentos! Veja, a seguir, que ações podemos adotar:
- Reduzir – A maneira mais fácil de resolver a crise do lixo eletrônico é produzir menos lixo eletrônico. As empresas estão constantemente lançando novos produtos que têm aparência e funcionamento melhor do que seus predecessores, mas a novidade tem um preço. Em vez de comprar aquele novo gadget chamativo, concentre-se no que você tem. Quando você não precisa substituí-los com frequência, acaba economizando recursos.
- Reutilizar – Em vez de jogar fora aquele velho aparelho de televisão ou console de jogos, considere vendê-lo ou doá-lo.
- Reparo – As pessoas geralmente jogam fora e substituem eletrônicos quebrados em vez de mandá-los para o conserto. Muitas veze,s isso é possível, sem significar grandes custos.
- Reciclagem – O lixo eletrônico tem potencial de transformação e pode ser lucrativo para as empresas fabricantes. Quando o produto já não funcionar, a opção deve ser a reciclagem. O consumidor pode entregar o aparelho antigo no estabelecimento onde for comprar o novo ou em alguma empresa que se dedique à recuperação de equipamentos eletrônicos. Também podem ser pesquisados postos de descarte próximos, através de mecanismos de busca gratuitos.
Faça sua parte para que o seu lixo eletrônico não se transforme em lixo tóxico.
Conte com a Chemical Risk
Ao conhecer mais detalhes sobre o que é lixo eletrônico, você, consumidor, certamente, pode exigir das fabricantes um local para o descarte correto dos seus equipamentos.
Já as empresas devem adotar as melhores práticas para destinação, reciclagem e reaproveitamento dos dispositivos. Assim, é possível evitar a contaminação do solo e lençóis freáticos com as substâncias químicas presentes nos eletrônicos, bem como se tornar um negócio ecologicamente correto e se manter adequado às legislações ambientais.
Inclusive, para ficar em conformidade com todas as normas ambientais e de segurança química, sua empresa pode contar com a Chemical Risk.
Com mais de 10 anos de experiência no mercado, a consultoria faz toda a gestão de segurança química e de regulação ambiental para a sua empresa.
Atuamos com os serviços de elaboração dos documentos obrigatórios de segurança química, como FISPQ, Ficha de Resíduos, rótulos e outros, e também com serviços de meio ambiente, como Plano de Gerenciamento de Resíduos, emissão e renovação da Licença de Operação, emissão do Cadri, entre outros.
Quer saber mais informações sobre os nossos serviços? Precisa de um orçamento? Entre em contato com nosso time comercial agora mesmo!
Prezado, boa noite.
Parabéns pela matéria de esclarecimento no tocante aos resíduos eletroeletrônicos.
Prezado João Batista,
Obrigada pelo seu comentário.
Continue nos acompanhando.
Att,
Deixe um comentário