Os riscos estão presentes em nossa vida e não é diferente no nosso ambiente de trabalho. Na realidade, corremos riscos todos os dias que podem virar acidentes com consequências severas e até mesmo fatais. Mas nem sempre os profissionais enxergam a gravidade dessa exposição. Por isso, é fundamental conversar sobre a percepção de risco.
Vale destacar que são inúmeros os riscos de acidentes no trabalho. Se considerarmos o ambiente industrial, em que os processos contemplam máquinas, equipamentos, produtos químicos, entre outros, os riscos só aumentam.
Então, o objetivo de gestores e colaboradores deve ser a busca para o menor número de acidentes. Ou seja, o mais próximo possível do risco zero. Este é o melhor caminho para prevenir os acidentes de trabalho e garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos.
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TogglePor que nos arriscamos tanto?
Embora se acreditasse anteriormente que o comportamento humano era puramente baseado na lógica e na razão, a neurociência provou o contrário. Acontece que somos “irracionais” por natureza e dependemos fortemente de influências afetivas na tomada de decisões em tempo real.
Estes fatores humanos ajudam a explicar a maioria dos comportamentos de risco e devem ser levados em conta à medida que futuras estratégias em matéria de segurança no local de trabalho começam a tomar forma.
Arriscar-se faz parte da natureza humana. Nesse sentido, é imprescindível que se trabalhe a percepção de risco com os colaboradores para se conhecer os riscos que estão no ambiente de trabalho e minimizá-los ao máximo possível.
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O que é percepção de risco?
A percepção de risco refere-se às crenças, atitudes, julgamentos e sentimentos das pessoas em relação ao risco. Desta forma, incorpora-se os valores sociais e culturais mais amplos, bem como a perspectiva que as pessoas adotam em relação aos perigos.
Assim, trata-se de como os indivíduos avaliam subjetivamente a probabilidade e a gravidade de perigos potenciais em uma determinada situação. Existe a influência de vários fatores na percepção de risco, incluindo experiências pessoais, educação, emoções e preconceitos cognitivos.
Aqui estão alguns aspectos chave da percepção de risco:
Instinto
Processamos os riscos intuitivamente, como um “instinto” e respondemos a eles afetivamente como um sentimento ou emoção. Este processo ocorre naturalmente, em tempo integral, em resposta às circunstâncias do mundo real.
Acontece que a forma como nos sentimos em relação ao risco tem muito mais impacto do que aquilo que podemos pensar sobre ele. Embora possamos pensar que acelerar ou falar ao celular não é seguro, não nos sentimos inseguros quando fazemos isso.
Facilidade
Os comportamentos de risco ocorrem quando há um benefício antecipado que supera todos os custos percebidos. Gostamos de conforto, comodidade e facilidade e aceitaremos alguns riscos para consegui-lo.
Isso ajuda a explicar por que subimos em uma cadeira para trocar uma lâmpada, quando pegar uma escada pode exigir um pouco mais de esforço e alguns minutos a mais para fazer.
Imediatismo
Valorizamos benefícios certos e imediatos mais do que custos distantes ou possíveis. Por exemplo: o “incômodo” de usar proteção auditiva agora para prevenir a perda auditiva que pode não ser percebida durante anos, ou talvez até décadas mais tarde, é um clássico de como isto afeta a nossa percepção de risco. Isso também explica por que as dietas falham com tanta frequência.
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Experiências passadas
Dependemos fortemente de experiências passadas e resultados subsequentes para refinar a nossa percepção dos riscos. Na realidade, os comportamentos de risco, muitas vezes, não resultam em lesões ou perdas. É por esta mesma razão que o termo “inseguro” tem pouco ou nenhum significado nas conversas com os funcionários.
Quando um funcionário toma um atalho, ignora os procedimentos operacionais padrão ou assume níveis desnecessários de riscos para obter um benefício, seu comportamento é intrinsecamente reforçado. Quando isso acontece, a probabilidade de recorrência aumenta.
Dizer a um eletricista que é “inseguro” para ele trabalhar em um sistema energizado, o que ele já fez com sucesso centenas ou até milhares de vezes antes, está em desacordo com sua experiência real.
Deveríamos então nos concentrar nos níveis de riscos e enfatizar a necessidade de melhoria e não de perfeição.
Piloto automático
Somos criaturas de hábitos e operamos na maioria das vezes no piloto automático. Como humanos, processamos, interpretamos e respondemos ao mundo que nos rodeia de duas maneiras fundamentalmente diferentes.
Nosso principal modo de operação ocorre naturalmente e não requer esforço. Permite-nos absorver enormes quantidades de informação e responder a qualquer número de necessidades simultaneamente.
Este sistema depende da intuição e de sentimentos ou emoções impulsivas para orientar a tomada de decisões em resposta a qualquer situação ou circunstância.
Nosso modo secundário de operação é mais calculado e deliberado e está limitado por uma capacidade bastante limitada em comparação com nosso modo primário de operação.
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Como melhorar a percepção de risco dos colaboradores?
Melhorar a percepção de risco envolve estratégias destinadas a ajudar os colaboradores a fazer avaliações mais precisas dos perigos potenciais.
A seguir, encontram-se algumas práticas recomendadas:
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Educar e Conscientizar
O conhecimento é um poderoso aliado no domínio da percepção de risco. Fornecer treinamento abrangente e informações sobre riscos potenciais no trabalho é fundamental para capacitar os colaboradores a tomarem decisões acertadas.
A comunicação regular de avaliações de risco, melhores práticas e atualizações garante uma força de trabalho bem informada, promovendo o aumento da consciência individual, e também uma compreensão coletiva dos perigos, promovendo uma cultura de responsabilidade partilhada.
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Promover uma cultura consciente dos riscos
Construir uma cultura que incentive a comunicação aberta sobre os riscos é fundamental para capacitar os colaboradores a expressarem as suas preocupações.
Estabelecer um ambiente onde os funcionários se sintam confortáveis em compartilhar suas observações e insights cria um ciclo de feedback dinâmico para identificação de riscos.
Uma cultura de transparência e responsabilização leva a uma gestão proativa dos riscos, já que os colaboradores de todos os níveis contribuem ativamente para a sensibilização para os riscos da organização.
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Analisar dados
A tecnologia oferece oportunidades incomparáveis para avaliação objetiva de riscos. A utilização de insights baseados em dados permite que os tomadores de decisão avaliem os riscos de forma objetiva, identifiquem tendências ou padrões e compreendam os impactos potenciais.
A incorporação de análises em cenários de risco permite uma tomada de decisões mais estratégica, evitando julgamentos intuitivos para estratégias baseadas em evidências.
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Planejar e preparar
A percepção de riscos de modo eficiente anda de mãos dadas com a preparação. O desenvolvimento de planos de contingência para riscos potenciais é uma medida proativa que minimiza os efeitos adversos de eventos inesperados.
A preparação não só atenua os riscos, mas também garante uma resposta rápida e coordenada quando os riscos se materializam. Perante eventos inesperados, ter um plano bem definido garante uma abordagem estruturada à gestão de riscos.
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Incentivar a colaboração
A percepção de risco é enriquecida quando diversas perspectivas se unem. Incentivar a colaboração multifuncional e buscar a contribuição de colaboradores com conhecimentos variados promove uma compreensão abrangente dos riscos potenciais.
Num ambiente colaborativo, diferentes pontos de vista contribuem para soluções inovadoras de gestão de riscos, reunindo os pontos fortes de vários departamentos.
Portanto, a percepção de risco é um conceito multifacetado que influencia profundamente a forma como os indivíduos e as empresas enfrentam os perigos. Ao reconhecer a natureza subjetiva da percepção do risco e compreender os fatores cognitivos, emocionais, sociais e culturais envolvidos, as empresas podem:
- Tomar decisões mais assertivas;
- Promover uma cultura consciente do risco;
- Construir resiliência face às incertezas.
Como a Chemical Risk pode ajudar sua empresa na percepção de risco
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