Já ouviu falar sobre a química verde? Esta é uma nova forma de usar produtos químicos para produzir elementos e mercadorias, respeitando o meio ambiente. Vamos entender melhor o histórico das substâncias químicas e a necessidade de transformar seus processos para ser mais sustentável.
Afinal, não há como negar a importância das substâncias químicas, naturais ou sintéticas, produzidas pelo homem, para o dia a dia da sociedade, principalmente pela sua capacidade de transformar-se por meio da indústria nos mais diversos produtos, com funções que vão desde uma simples limpeza, até como um motor impulsionador de uma aeronave.
Em relação à indústria, especificamente, os produtos químicos, além de impulsionarem esse setor, com a geração de milhões de empregos, ainda atuam de forma indireta. Uma vez que são utilizados em tantos segmentos como na agropecuária, construção civil, setor naval, refinarias, farmacêuticos e tantos outros, sem mencionar o setor de logística, transporte e embalagens etc.
Mas é claro que, para todo esse desenvolvimento, existem consequências que vão desde o impacto ao meio ambiente causado por essas atividades. Além disso, há os danos à saúde dos trabalhadores que manuseiam diretamente esses produtos químicos que, muitas vezes, são nocivos e tóxicos.
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Índice
ToggleComo mudar este cenário?
A sociedade está cada vez mais consciente do desafio do desenvolvimento sustentável. Vale lembrar que a sustentabilidade é a “habilidade para satisfazer as necessidades da geração atual, preservando a possibilidade das futuras gerações para que possam satisfazer suas próprias necessidades.”
Neste contexto, a indústria química busca o desenvolvimento de produtos e processos químicos, visando reduzir/eliminar o uso e a geração de substâncias perigosas.
Este novo direcionamento na questão da redução do impacto da atividade química no ambiente passou a ser chamado de “Química Verde”.
O que é a “Química Verde”?
No princípio da década de 90, os químicos Paul Anastas e John Warner, membros da agência ambiental norte-americana (Environmental Protection Agency), a definiram como:
“Desenvolvimento de produtos químicos e processos que buscam a redução ou eliminação do uso e da geração de substâncias perigosas”.
Como podemos observar na definição, a palavra-chave da química verde é redução, principalmente no que diz respeito à poluição ambiental. Dessa forma, a química verde apresenta os seguintes objetivos:
- Redução do consumo de energia;
- Redução dos resíduos (materiais que são descartados na natureza);
- Diminuição da toxicidade;
- Diminuição do uso de fontes não renováveis;
- Minimização dos riscos de poluição ao meio ambiente;
- Redução do uso de matéria-prima.
Conheça boas práticas da química verde
Na busca pelo desenvolvimento de novas tecnologias e reações químicas que não gerem poluição do meio ambiente, existem algumas ações obrigatórias dentro da química verde, como:
- Utilizar reagentes alternativos e renováveis;
- Utilizar reagentes que diminuam a perda de materiais;
- Substituição dos solventes tóxicos;
- Aprimorar processos naturais de síntese;
- Desenvolver novas substâncias que não poluam o meio ambiente;
- Desenvolvimento de condições para que as reações químicas tenham maior rendimento e produzam menos impurezas;
- Minimizar o consumo de energia.
Com o objetivo de alcançar os objetivos já descritos, todas as medidas propostas pela química verde são regidas por um total de 12 princípios. São eles:
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Prevenção
Com a diminuição de resíduos, automaticamente, a necessidade de tratá-los será diminuída e, dessa forma, o descarte na natureza também será reduzido.
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Economia ou eficiência atômica
Toda a massa dos reagentes é convertida em produtos, não produzindo, assim, resíduos a serem descartados. É a chamada síntese verde.
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Redução de toxicidade
Durante uma reação química, deve-se utilizar substâncias e formar outras que não apresentem nenhum nível de toxicidade nem para o homem nem para o meio ambiente.
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Desenvolvimento de produtos seguros e eficientes
Este princípio tem como objetivo o planejamento da reação química para impedir a formação de resíduos ou substâncias tóxicas no desenvolvimento de produtos.
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Eliminar ou tornar seguros solventes e outros auxiliares de reação
Aqui, defende-se a ideia de que não devem ser utilizados solventes tóxicos ou aqueles que promovem impactos negativos no ambiente. Se não houver condições, as indústrias devem buscar a utilização de solventes de baixo impacto ambiental.
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Otimização do uso de energia
De acordo com esse princípio, é preciso realizar processos químicos industriais com uma ótima eficiência, mas com menos energia. Para isso, deve-se utilizar uma menor quantidade de energia ou usar energia provinda de fonte renovável.
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Uso de matérias-primas de fontes renováveis
A realização de uma reação química deve empregar matérias-primas renováveis ou mesmo materiais reciclados.
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Evitar derivações desnecessárias
A utilização de bloqueadores nos processos de síntese ajuda a impedir que uma reação química se processe em mais de uma etapa.
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Catálise
O uso de catalisadores torna a reação mais rápida, diminuindo, assim, a possibilidade de formação de um produto indesejado, além de reduzir o tempo de duração da reação.
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Desenvolvimento de produtos degradáveis após o término de vida útil
O foco é desenvolver substâncias químicas que, quando sofrerem a degradação (decomposição), transformem-se em substâncias inertes. Isto é, que não reagem com nenhuma outra substância.
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Monitoramento/controle de processos em tempo real
Devemos estar constantemente atentos durante a realização de um processo químico para que qualquer problema seja detectado e corrigido imediatamente, a tempo de evitar qualquer dano ou resíduo no final do processo.
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Desenvolvimento de processos seguros
É o princípio que defende a utilização de todos os outros 11 princípios citados. Pois, dessa forma, dificilmente, acidentes acontecerão durante a produção industrial e segmentos afins e, caso aconteça, os danos serão mínimos para aqueles que adotaram adotar esses princípios.
Quais tipos de empresas podem adotar a química verde?
A preocupação socioambiental deve ser um guia para qualquer empreendimento e algumas empresas já possuem iniciativas no sentido de possuir processos e produtos mais sustentáveis.
No segmento de cosmético, temos exemplos de empresas que utilizam matérias-primas orgânicas nos produtos, tornando-os mais seguros. Outras demonstram uma grande preocupação socioambiental e conseguem repassar uma percepção de valor aos clientes com foco na proteção à natureza.
Além disso, diversas empresas assumiram um compromisso de redução dos gases do efeito estufa gerados pela produção das suas fábricas e nos processos produtivos.
Já, no setor de moda, existem iniciativas voltadas para as embalagens, no sentido de substituir o plástico virgem por matéria-prima descartável. Outra empresa investiu no desenvolvimento de um plástico 100% reciclável, que pode ser reutilizado inúmeras vezes e possui material de origem renovável em sua composição para a fabricação dos produtos.
No segmento de tintas, por sua vez, temos as tintas à base de água. O que diminui muito o uso de solventes orgânicos no produto, trazendo ganhos ambientais. Outra iniciativa foi a substituição do chumbo.
Na construção civil, algumas iniciativas adotadas são: captação e reutilização de água, reciclagem e reuso de resíduos de materiais de construção, uso de placas solares para aquecimento da água, uso de placas fotovoltaicas para a geração de energia, entre outras.
Quais os benefícios da química verde?
Na busca pela sustentabilidade, a análise criteriosa dos processos e produtos ajuda a criar ideias para melhorar as etapas e fluxos de forma contínua. E, como consequência, é possível atingir os objetivos da química verde.
As empresas que assumem esse compromisso com a sustentabilidade obtêm benefícios. Entre eles, podemos destacar:
- Melhora significativa na imagem da marca;
- Aumento da motivação nos colaboradores;
- Adoção de processos eficientes graças à sustentabilidade;
- Expansão das oportunidades de negócios;
- Aumento da competitividade no mercado;
Logo, a sustentabilidade deve ser vista como uma parte indispensável na administração empresarial e, como pudemos verificar, todo investimento feito resultará em grande ganho para a empresa.
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Este é o pontapé inicial para que as organizações consigam adaptar sua produção voltada para a química verde.
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