O descarte de produtos químicos durante a produção de equipamentos, materiais e bens de consumo, gera resíduos industriais, que podem impactar o meio ambiente. Como lidar com esses resíduos? O que pode acontecer se eles não forem tratados de forma adequada? Vejamos a seguir!
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ToggleAumento do uso de produtos químicos
Os produtos químicos ajudam a fornecer calor, energia, bens de consumo, alimentos processados e roupas, contribuem para telecomunicações, mídia e outras plataformas tecnológicas. Os produtos químicos são essenciais para a economia mundial e, à medida que o padrão de vida aumenta, o uso pelos países aumenta substancialmente.
Mas esse estilo de vida de facilidades possui consequências!
Os produtos químicos apresentam riscos físicos, à saúde e ao meio ambiente. Se os produtos químicos não forem usados, armazenados e manuseados corretamente, eles podem causar lesões, doenças, incêndios, explosões ou efeitos ambientais.
Nesse sentido, a gestão dos produtos químicos utilizados nas indústrias em seus processos de fabricação se torna imperativa. O gerenciamento de produtos químicos refere-se ao processo de manuseio, armazenamento e descarte de produtos químicos de maneira segura e responsável.
Da mesma forma, muitas indústrias produzem resíduos perigosos e, se nos lembrarmos do ciclo de vida de um produto químico, isso fica muito claro. Nesse cenário, é vital que os resíduos sejam descartados adequadamente para evitar efeitos potencialmente prejudiciais. Os resíduos representam uma ameaça para os seres humanos e ao meio ambiente.
Então, a gestão de resíduos industriais também se torna imprescindível, contemplando o processo de coleta, separação, reciclagem e descarte de resíduos de maneira segura e ambientalmente responsável. O gerenciamento adequado de resíduos garante que toxinas não sejam liberadas no meio ambiente e que os materiais sejam descartados adequadamente, evitando danos, sejam às pessoas ou ao meio ambiente.
Leitura recomendada: Conheça as melhores práticas na gestão de produtos químicos
Mas o que são os resíduos industriais?
Basicamente, resíduos industriais são toda a ‘sobra’ da produção industrial que não pode ser descartada sem controle e exige um método específico para sua eliminação.
Isso é importante, porque, já que os resíduos são originados de processos industriais, sua composição é muito variada e, muitos deles podem ser perigosos, provocando danos não só para o meio ambiente, mas também para a saúde pública.
Como exemplos de resíduos, podemos citar:
- Amianto
- Produtos químicos (como fluido de freio ou toner de impressão)
- Baterias
- Solventes
- Pesticidas
- Equipamentos
- Embalagens de produtos químicos
- Cinzas
- Lodos sólidos
- Óleos
- Resíduos alcalinos ou ácidos
- Plásticos
- Papel
- Madeira
- Fibras
- Borracha
- Metal
- Escórias
- Vidros
- Cerâmicas.
Podemos citar, ainda, como resíduos, os efluentes industriais, que são os lodos líquidos provenientes de sistemas de tratamento de esgoto e aqueles gerados na limpeza de equipamentos e instalações em geral. Ou seja, a lista de resíduos industriais é muito extensa!
Quais os tipos de resíduos industriais?
No Brasil, adota-se a NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, para classificar os resíduos. Essa norma divide os resíduos da seguinte forma:
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Resíduos Classe I – Perigosos
Resíduos com potencial para colocar em risco a saúde das pessoas e o meio ambiente. São aqueles que apresentam algum tipo de periculosidade, e que apresentam características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Tais resíduos podem ser acondicionados, ou armazenados temporariamente, para posterior tratamento adequado.
Entre os resíduos industriais considerados como perigosos estão: solventes usados, borra oleosa de processos de refino, produtos fora de especificação (tintas, matérias primas e produtos intermediários), eletrodos, EPIs contaminados, lodo galvânico, resíduo de areia misturado com óleo e água, estopas usadas, resíduos de caixa decantação, entre outros menos comuns.
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Resíduos Classe II A – Não-inertes
Resíduos desta classe possuem como propriedades comuns a combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, mas são divididos em duas categorias de acordo com o grau de periculosidade.
Os não-inertes apresentam baixa ou nenhuma periculosidade, mas são possivelmente contaminantes, pois podem apresentar reações químicas em certos meios. Alguns exemplos: EPIs não contaminados, tecidos, poliuretano, fibras de vidro, lamas de sistemas de tratamento de águas.
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Resíduos Classe II B – Inertes
Não se enquadram na classe I, e também não se enquadram na classe II. Resíduos desta classe, quando são submetidos aos testes de solubilização, não conseguem alterar a potabilidade da água, pois nenhum de seus constituintes estão em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água.
Em função disso, são considerados rejeitos não contaminantes e podem ser destinados a aterros sanitários ou reciclados. Alguns exemplos são: entulhos, sucata de ferro e aço, Isopor, areia, latas de alumínio.
Impactos do descarte incorreto dos resíduos industriais
É vital que o descarte de resíduos seja feito de forma adequada para garantir a proteção de nosso planeta nos próximos anos. Antes de termos regulamentos sobre resíduos perigosos, eles eram despejados diretamente em aterros sanitários.
Como consequência, substâncias químicas e toxinas perigosas se infiltraram nos lençóis de água subterrânea, contaminando a água e levando doenças e enfermidades para a população em geral, para animais e ecossistemas.
Leitura recomendada: Norma ABNT NBR 16725: como será a nova Ficha com Dados de Segurança de Resíduos?
Podemos destacar alguns impactos dos resíduos industriais quando presentes no meio ambiente. Veja a seguir:
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Efeito em humanos
Dependendo do tipo de resíduo perigoso e da quantidade a que alguém foi exposto, ele pode causar uma série de doenças, enfermidades e defeitos. Estes variam de irritação da pele e dores de cabeça a defeitos congênitos e até mesmo câncer.
Para proteger a população em geral desses perigos, é vital que eles sejam descartados corretamente. Nossa saúde pode ser severamente afetada por toxinas e produtos químicos presentes em materiais, como amianto, pesticidas, resíduos de baterias de automóveis, solventes e óleos.
Algumas substâncias perigosas podem causar efeitos muito graves à saúde, como: anormalidades comportamentais, câncer, mutações genéticas, disfunções fisiológicas (por exemplo, deficiência reprodutiva, insuficiência renal, etc.), deformações físicas e defeitos de nascença.
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Poluição da água
Resíduos perigosos podem causar poluição da água, o que significa que ela não é mais segura para beber e não pode mais ser usada na agricultura.
Além disso, o descarte de resíduos industriais em rios e lagos pode provocar a morte de peixes e plantas, contribuir para a diminuição da quantidade de O2 na água, provocar a alteração da temperatura e trazer desequilíbrio para o ecossistema aquático.
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Poluição do solo
O contato de substâncias tóxicas com o solo pode causar a alteração de suas características, contribuir para a proliferação de doenças, tornar o solo infértil, prejudicar a fauna e flora locais, além de contaminar e diminuir a produção agrícola da região.
As vias de contaminação dos resíduos indevidamente deixados no solo são diversas: podem ser por absorção do solo para a água subterrânea, adsorção dos contaminantes nas raízes de plantas, verduras e legumes, escoamento superficial para a água superficial.
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Poluição atmosférica
A poluição atmosférica está relacionada à contaminação por gases, partículas sólidas, líquidos em suspensão, material biológico ou energia. As emissões atmosféricas são altamente nocivas ao meio ambiente e consistem em uma das maiores causadoras das mudanças climáticas.
Os gases poluentes são capazes de alterar a composição química da atmosfera e aumentar a temperatura média do planeta, levando ao efeito estufa.
Além disso, as emissões atmosféricas podem causar a chuva ácida, que provoca a acidificação da água, a morte de peixes e a alteração das propriedades físico-químicas do solo. As árvores e as estruturas de prédios na cidade também podem ser danificadas.
Como tratar os resíduos industriais
O tratamento de um determinado tipo de resíduo industrial varia de acordo com suas características, propriedades, potencial de risco e as diretrizes legais cíveis, ambientais e/ou técnicas vigentes.
De modo geral, a regra central que baliza a gestão dos resíduos é seguir a ordem de prioridade estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos, disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos
Para os resíduos industriais já sem possibilidade de recuperação, duas alternativas eficientes são o coprocessamento e a incineração, métodos de tratamento térmico que oferecem uma série de benefícios para as empresas.
Em relação aos efluentes líquidos industriais, por conterem em sua carga elementos químicos, físicos e biológicos, quando não devidamente tratados e destinados, representam grande perigo aos ecossistemas e às pessoas.
O lodo proveniente das Estações de Tratamento de Efluentes Industriais, por ser um material de composição mista e muito poluente e tóxico, é o grande desafio. Para o tratamento e destinação final do lodo industrial das ETEIs, atualmente a incineração é a solução mais eficaz, ágil e funcional.
É importante ressaltar que o tratamento de resíduos industriais está descrito em legislações e normas em vigor no país, que estabelece todas as etapas, direitos e deveres das organizações, a fiscalização, penalidades e outras questões específicas.
Conheça a Chemical Risk
No caso da sua empresa gerar resíduos industriais, é fundamental também cuidar da segurança dos seus colaboradores para que eles usem os equipamentos de proteção apropriados ao fazer o manuseio desses resíduos.
Além disso, é preciso elaborar a Ficha com Dados de Segurança de Resíduos, um documento que deve estar disponível para que funcionários vejam os riscos e para fiscalizações.
Consultoria especializada em segurança química e segurança do trabalho, a Chemical Risk pode ajudar sua empresa nesse quesito.
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