Hoje, temos acesso quase que instantâneo a uma gama enorme de informações e, como consumidores que somos, passamos a querer saber o que acontece em uma empresa, como seus produtos são desenvolvidos, como tratam seus funcionários e quais são os impactos de suas operações e serviços na sociedade e no meio ambiente. Isso levou à criação da rotulagem climática.
A tendência atual de transparência faz com que as empresas informem aos consumidores sobre o impacto ambiental dos produtos que eles consomem e, ao mesmo tempo, mostra a preocupação com a sustentabilidade. Uma das ações nesse sentido é a rotulagem climática.
A Carbon Trust, uma empresa de consultoria voltada para a economia de baixo carbono, recentemente realizou uma pesquisa para avaliar a aceitação da rotulagem climática por parte dos consumidores, envolvendo europeus e norte-americanos.
Cerca de dois terços se mostraram favoráveis à rotulagem, dentre as mais de 10 mil pessoas consultadas. Segundo a opinião dos envolvidos na pesquisa, esse tipo de estratégia faz com que a marca seja vista de forma muito mais positiva.
Além disso, a ação pode incentivar os consumidores a fazerem escolhas mais conscientes e responsáveis, levando em conta não apenas o preço e a qualidade. Isso pode gerar uma demanda por produtos com menor impacto ambiental e estimular as empresas a reduzirem suas emissões e adotarem práticas mais sustentáveis.
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A rotulagem climática é, portanto, uma ferramenta para um consumo mais sustentável e para uma economia de baixo carbono.
O que é a rotulagem climática?
Também conhecida como rotulagem de carbono ou rotulagem ambiental, é um sistema que fornece aos consumidores informações sobre a pegada de carbono ou o impacto ambiental de um produto.
O objetivo da rotulagem climática é ajudar os indivíduos a fazerem escolhas mais conscientes do ponto de vista ambiental, fornecendo-lhes informações transparentes e facilmente compreensíveis sobre as emissões associadas à produção, transporte e utilização de um produto.
O que contém no rótulo?
O rótulo normalmente exibe a quantidade de emissões de gases de efeito estufa, que foram geradas durante todo o ciclo de vida do produto. Isso inclui emissões provenientes da extração, fabricação, embalagem, transporte, uso e descarte de matérias-primas.
As informações podem ser apresentadas como um valor numérico, como as emissões totais de CO2 e em gramas ou quilogramas. Ou podem ser representadas por meio de símbolos visuais ou códigos de cores para indicar diferentes níveis de impacto ambiental.
A rotulagem climática pode ser aplicada a uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos, eletrônicos, roupas e utensílios domésticos. O objetivo é incentivar os consumidores a escolherem produtos com menor pegada de carbono, estimulando assim as empresas a adotarem práticas de produção mais sustentáveis.
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Rotulagem climática x pegada de carbono
A rotulagem climática e a pegada de carbono são conceitos relacionados, mas têm significados e propósitos distintos. Entenda essa diferença!
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Pegada de carbono
A pegada de carbono refere-se à quantidade total de emissões de gases de efeito estufa, geralmente medidas em equivalentes de dióxido de carbono, conforme mencionamos acima, e que são gerados direta ou indiretamente por um indivíduo, organização, produto, evento ou atividade.
Quantifica o impacto nas alterações climáticas em termos da liberação destes gases, que retêm o calor na atmosfera terrestre e contribuem para o aquecimento global.
O objetivo principal do cálculo da pegada de carbono é compreender e comunicar o impacto ambiental em termos de emissões de gases com efeito estufa. É uma medida abrangente que leva em conta as emissões ao longo de todo o ciclo de vida do objeto avaliado.
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Rotulagem climática
É uma aplicação específica de informações sobre a pegada de carbono. Envolve a exibição da pegada de carbono ou outras informações de impacto ambiental nos rótulos ou embalagens dos produtos para informar os consumidores sobre as emissões associadas a esse produto específico.
A rotulagem climática é específica do produto. Centra-se em fornecer informações sobre o impacto ambiental de um único produto, incluindo a sua fabricação, transporte, utilização e eliminação, muitas vezes em termos de emissões de CO2.
O objetivo é capacitar os consumidores a tomarem decisões de compra mais conscientes do ponto de vista ambiental.
Resumindo, a principal diferença entre a pegada de carbono e a rotulagem climática reside no seu âmbito e aplicação. Uma pegada de carbono é uma avaliação abrangente das emissões associadas a vários assuntos (por exemplo, produtos, empresas, indivíduos).
Enquanto a rotulagem climática se aplica especificamente a informações sobre a pegada de carbono nos rótulos ou embalagens dos produtos para informar os consumidores sobre o impacto ambiental de um produto em termos de emissões de gases de efeito estufa.
A rotulagem climática é um subconjunto da pegada de carbono, adaptada à consciência e escolha do consumidor.
Por que mencionar a pegada de carbono nas embalagens?
Mencionar a pegada de carbono nas embalagens pode ser importante por vários motivos e podemos citar como exemplo:
- Conscientização e educação do consumidor
- Mudança comportamental
- Diferenciação de mercado
- Política e regulamentação
- Conscientização da cadeia de abastecimento
- Inovação e melhoria
- Dentre outros.
Preocupação ambiental
A transparência nos rótulos, com o objetivo de informar os consumidores sobre o impacto ambiental e demonstrar preocupação com a sustentabilidade, é uma resposta à crescente procura por produtos mais éticos e ecológicos.
Esta tendência reflete uma mudança mais ampla no comportamento do consumidor, em que as pessoas estão cada vez mais interessadas em compreender as implicações ambientais e sociais das suas escolhas de compra. Aqui estão alguns aspectos-chave desta tendência:
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Rótulos Ambientais
Muitas empresas estão incorporando rótulos ambientais em seus produtos para fornecer informações sobre sua pegada de carbono, uso de água, geração de resíduos e outros fatores ambientais. Esses rótulos podem ajudar os consumidores a avaliar o impacto geral de um produto e compará-lo com alternativas.
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Certificações e Padrões
Há um aumento no uso de certificações e padrões de terceiros que verificam as alegações de sustentabilidade de um produto. Os exemplos incluem certificações como Fair Trade, Organic, Forest Stewardship Council (FSC), Energy Star e muito mais. Esses rótulos ajudam os consumidores a identificar produtos que atendem a critérios ambientais e éticos específicos.
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Transparência dos Ingredientes
Os consumidores estão cada vez mais interessados em saber o que acontece nos produtos que utilizam. Os rótulos de transparência dos ingredientes destacam os componentes de um produto, permitindo que os consumidores evitem substâncias nocivas ou não sustentáveis.
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Soluções Digitais
Algumas empresas estão utilizando tecnologias digitais, como códigos QR ou aplicações de smartphones, para fornecer informações detalhadas sobre os esforços de sustentabilidade de um produto. Isso permite que os consumidores acessem dados específicos, além do exibido na embalagem física.
Panorama da rotulagem climática no Brasil e no mundo
Embora ainda estejamos distantes de estabelecer um padrão global, sendo a Dinamarca a única a trabalhar atualmente em um rótulo climático regulado pelo governo, cada vez mais marcas estão aderindo voluntariamente a essa ideia ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
Aqui, a marca de leite de aveia Nude foi pioneira no caminho para a rotulagem climática. Com o objetivo de otimizar seus processos, a empresa calculou o impacto total gerado em sua cadeia produtiva, desde o cultivo da aveia até a prateleira do supermercado, e decidiu compartilhar os resultados nas embalagens, por meio de uma etiqueta em formato de nuvem na caixa de cada produto revelando a pegada de carbono.
Na mesma linha e buscando maior transparência, a Logitech, empresa de eletrônicos de consumo, começou a divulgar a pegada de carbono na embalagem dos seus produtos e passou a disponibilizar a metodologia e o processo de rotulagem para qualquer indústria interessada.
A brasileira Pantys, marca de calcinhas absorventes, criou a primeira etiqueta de carbono da moda brasileira ao estampar seus produtos com as emissões de carbono decorrentes do seu processo produtivo, da extração das matérias-primas até a disposição final.
Quase 30 marcas, de diferentes segmentos, já se engajaram e estão nessa corrente por informações mais transparentes, como Movida, Natura, Reserva e Hering.
Com novas ferramentas sendo lançadas e movimentos pela transparência surgindo pelo mundo, não é difícil imaginar, nos próximos anos, rótulos exibindo um QR Code, cujo link leva a detalhes que vão muito além da pegada de carbono, como questões sociais, éticas e trabalhistas.
