A cada 3 horas e 40 minutos no Brasil, um trabalhador morre decorrente de acidente de trabalho. Por isso, é tão importante entender os riscos envolvendo a atuação dos profissionais e os trabalhos perigosos, principalmente, no cenário de segurança de produtos químicos.
De acordo com estudo da Previdência Social, em 2018, foram registrados 576.951 acidentes de trabalho. Mas esse número está longe de retratar a situação real, pois apenas contempla os trabalhadores com carteira assinada.
Outro estudo estima que esse número pode ser sete vezes maior, se aproximando de 4 milhões de acidentados todos os anos, ao considerar os trabalhadores informais e autônomos. Segundo pesquisa feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), estima-se que, por ano, são gastos 100 bilhões de reais com acidentes ocupacionais.
Esses dados são assustadores, mas refletem a nossa (triste) realidade. Isso significa que, todos os anos, as empresas brasileiras pagam caro pelo não cumprimento das normas e esse gasto poderia ser facilmente evitado com medidas de segurança no trabalho.
Tal cenário nos leva a refletir sobre quais seriam os segmentos industriais e os trabalhos perigosos quando consideramos o potencial de riscos. Então, veja o que destacamos!
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Índice
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Entre todos os segmentos industriais no Brasil, a construção civil é um dos mais críticos no que se refere a acidentes de trabalho. E temos ciência dessa realidade, pois as ocorrências são amplamente divulgadas nos meios de comunicação.
De acordo com os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (SmartLab), no período entre 2012 a 2018, ocorreram 97 mil acidentes na construção civil. Nesse mesmo período, foram registrados 2.666 óbitos. O que resulta em uma média de 381 acidentes de trabalho fatais nesse segmento.
Para evitar os acidentes de trabalho, é necessário conhecer quais são os mais comuns e como eles ocorrem. Dessa forma, os gestores podem tomar ações de prevenção garantindo uma maior qualidade de vida nos locais de trabalho.
Queda de altura
Em 2017, acidentes de queda de altura provocaram o registro de 37.057 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho), das quais 161 foram de acidentes com óbito, segundo dados do INSS. Esse tipo de acidente é comum em diversos segmentos, porém, na construção civil, ocorrem com maior frequência.
Como causas mais comuns, podemos citar falta de sinalização de segurança, falta de medidas de proteção coletiva, uso inadequado do EPI ou então adoção equivocada do EPI, cansaço ou sonolência do trabalhador. O que nos remete às condições físicas dos mesmos, falta de organização do ambiente de trabalho, entre outras situações.
Produtos químicos
Já a exposição a agentes químicos é a principal causa do aparecimento de dermatoses e alergias, além de problemas respiratórios e doenças ocupacionais. Em sua maioria, as ocorrências são causadas por exposição a tinta, cimento, solventes como thinner e água raz, poeira proveniente do corte de madeira, azulejos, do próprio cimento e areia, entre tantos outros.
Ruídos
Um canteiro de obras é um ambiente barulhento e, muitas vezes, o trabalhador fica exposto a ruídos que podem prejudicar a sua audição, levando-o a perdas auditivas.
A causa principal é a exposição ao ruído elevado dos equipamentos, a exposição a certos hidrocarbonetos que possuem ação danosa no sistema auditivo (ototóxicos), exposição a agentes biológicos ou o uso de ferramentas manuais inadequadas ou com defeitos.
Problemas elétricos
Devemos acrescentar ainda o choque elétrico causado por instalações elétricas precárias, uso inadequado do EPI fornecido e procedimentos incorretos.
Doença ocupacional
As doenças ocupacionais mais comuns em quase todos os setores industriais são a LER e os DORTs (Lesões por Esforço Repetitivo e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). São doenças que atingem trabalhadores que realizam movimentos repetitivos rotineiramente e carregam pesos elevados.
As causas mais comuns são falta de cuidados com ergonomia, jornadas de trabalho longas e estresse.
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Indústria
Entre os trabalhos perigosos, a indústria é outra no topo da lista. Afinal, o ambiente de trabalho pode ser prejudicial para o profissional, principalmente quando existe falha na prevenção ou neutralização dos agentes nocivos presentes.
Quando falamos em indústrias, existe a grande probabilidade de utilização de produtos químicos em seus processos industriais. Isso nos leva à questão do armazenamento, transporte e manuseio desses produtos.
Nesse sentido, os riscos estão associados à exposição a esses agentes químicos e, como consequência, o desenvolvimento de doenças ocupacionais, seja no manuseio ou nas situações de vazamentos e acidentes no transporte.
Temos ainda que considerar a existência de agentes físicos como ruído, calor, frio, radiações, entre outros e, dependendo do segmento, a presença de agentes biológicos.
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Mineração
A mineração é um dos trabalhos que oferecem maior risco. Ao mesmo tempo, a economia de países em desenvolvimento tem uma dependência significativa de atividades primárias, como a indústria da mineração, pois uma parte significativa do PIB é constituído por este setor.
Os trabalhadores mineiros estão expostos a uma série de riscos no local de trabalho, que podem estar associados a acidentes provocados por choques elétricos, explosões, asfixia, queda de rochas, ruído, má iluminação, deficiência de ventilação, desabamentos e soterramentos, entre outros.
Na questão dos riscos químicos, existe a exposição a vários tipos de agentes:
- Poeiras minerais: sílica livre, poeiras de asbestos, manganês, minério de chumbo e de cromo;
- Fumos metálicos: atividades de beneficiamento (moagem, britagem e fundição) e nas atividades de solda e corte;
- Gases: um dos principais é o metano, principalmente em minas de carvão e potássio (risco de explosão e incêndio).
Bombeiros
O Corpo de Bombeiros Militar é uma instituição permanente, organizada com base na hierarquia e na disciplina. Entre suas atribuições, estão a prevenção e o combate a incêndios e a situações de pânico, ações de busca e salvamento de pessoas e bens, o desenvolvimento de atividades educativas relacionadas com a defesa civil e a prevenção de incêndio e pânico.
Por isso, este também entra na lista de trabalhos perigosos. Uma vez que os bombeiros estão expostos a inúmeros fatores de risco ocupacionais, capazes de originar acidentes de trabalho ou doenças profissionais relevantes.
Esses profissionais não apenas enfrentam severas demandas físicas e psicológicas, mas também riscos à saúde, doenças crônicas ou retardadas, relacionadas ao trabalho. Afinal, os bombeiros são rotineiramente expostos a um grande número de substâncias tóxicas (por exemplo, monóxido de carbono, benzeno, partículas, amianto, compostos aromáticos polinucleares, cloreto de hidrogênio e cianeto), bem como riscos físicos, como calor e ruído.
Suas funções de resposta médica de emergência também os colocam em risco de exposição a agentes infecciosos. Assim, os bombeiros têm maior risco de doenças cardiovasculares, pulmonares, câncer e perda auditiva induzida por ruído.
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Soldador
Existem vários métodos para soldar. Porém, não importa qual o método usado, há sempre riscos relacionados com incêndio, fumos e radiação. Nenhum método é completamente livre de riscos e podemos descrever alguns riscos gerais a que estão expostos os soldadores, tais como:
- Inalação de fumos e partículas nocivas;
- Exposição a vibrações, proveniente das ferramentas para lixamento e remoção de escórias;
- Danos aos olhos e lesão na pele devido ao UV do arco de solda;
- Exposição a ruídos;
- Projeção de faíscas nos olhos, pele e ouvidos;
- Choque elétrico;
- Postura desconfortável;
- Levantamento de itens pesados, entre outros.
Como lidar com trabalhos perigosos
Se analisarmos com atenção, não existe nenhuma atividade que seja isenta de perigos e riscos. Em maior ou menor grau, todas apresentam potencial de risco e as ações de prevenção devem ser adotadas para minimizar os perigos ao máximo e se possível eliminá-los.
O primeiro passo nesse desafio é conhecer todos os riscos existentes e, para isso, é imprescindível a realização de uma avaliação dos riscos de cada atividade e local de trabalho. Com isso, será possível estabelecer as prioridades para as ações corretivas e preventivas.
No caso particular dos segmentos que atuam com produtos químicos, é necessário que se tenha conhecimento de todos os produtos químicos existentes. O que pode ser obtido com um inventário de produtos químicos.
Na sequência, é imprescindível ter ciência de todos os perigos associados a esses produtos. Uma ótima fonte para se obter essas informações são as respectivas Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ.
Com essas informações, será possível então fazer o reconhecimento dos riscos de todas as atividades presentes nos locais de trabalho. O próximo passo é a avaliação desses riscos e a definição dos controles necessários.
Não podemos deixar de citar a importância dos treinamentos aos colaboradores, a adoção correta dos equipamentos de proteção individual e proteção coletiva, a elaboração de procedimentos corretos e tantas outras ações.
A gestão completa dos riscos, contemplando todas as etapas do processo produtivo, vai nortear as ações de prevenção a serem adotadas. Como consequência, o cenário das estatísticas citadas vai melhorar e os acidentes vão diminuir.
Como uma consultoria em segurança química pode ajudar
Para fazer a avaliação dos riscos presentes nos trabalhos perigosos e desenvolver as melhores soluções para adequar a sua empresa, evitando acidentes, uma consultoria em segurança química é uma aliada valiosa.
A Chemical Risk possui experiência, profissionais capacitados, conhecimento do mercado e das legislações vigentes. Tudo para entender a realidade da sua empresa, apontar os pontos de problema e identificar as estratégias que devem ser colocadas em prática para garantir a saúde de todos.
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